O Feio como Experiência Referencial da Nossa Contemporaneidade
Feiura; Estética; Política; Criação; Design.
Muitas vezes, a designação do que é feio ou belo, em uma determinada sociedade, constitui-se através de práticas de manipulação, exercidas por grupos que fabricam, em termos subjetivos e objetivos, os padrões estéticos vigentes, guiando, desse modo, o olhar da sociedade sobre as coisas. Através de uma abordagem fundamentada na exploração bibliográfica, esta pesquisa expõe uma investigação advinda da relação entre o conceito de feiura e a impossibilidade de desvinculá-lo do contexto em que está inserido. Apoiado principalmente nos conceitos apresentados por Karl Rosenkranz (2015), Umberto Eco (2017) e Stephen Bayley (2012), este escrito conclui que a estética, emerge como uma ferramenta de poder político e criação. Objetivando experimentar a produção de peças de design utilizando da estética do feio como ferramenta de desenvolvimento, a partir da análise do papel da feiura dentro do processo criativo. A primeira, sendo capaz de influenciar, por exemplo, ideias, costumes, comportamentos e crenças. Ao questionar a autoridade da acepção do que é belo e, por consequência, o seu lugar subalternizado, no cerne dessa relação de poder, a feiura pode apresentar-se como forma de opor tal hegemonia, funcionando, também, enquanto uma resistência anti-norma, um produto que contesta o padrão vigente. A segunda, através do desprendimento da tradicional espera pela imaculada beleza, é possível alcançar níveis de inovação e inventividade mais diversos, mostrando-se uma frutífera ferramenta de design.