PPGL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS - CAC DEPARTAMENTO DE LETRAS - CAC Telefone/Ramal: (81) 2126-8767

Banca de DEFESA: LETICIA RAIANE DOS SANTOS

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: LETICIA RAIANE DOS SANTOS
DATA : 01/03/2023
HORA: 09:00
LOCAL: Centro de Artes e Comunicação (CAC) - UFPE
TÍTULO:

Nas trilhas das novelas de cavalaria portuguesas: reconfigurações formais no século XVI


PALAVRAS-CHAVES:

Palavras-chave: Idade Média; literatura portuguesa; novela de cavalaria; forma da novela de cavalaria; século XVI; reconfiguração formal da novela de cavalaria.


PÁGINAS: 220
RESUMO:

RESUMO

 

A gênese do gênero novela, para os historiadores da literatura portuguesa, como Maussaud Moisés (2012), Saraiva e Lopes (1975) e Fidelino Figueiredo (1960), encontra-se atrelada de modo exclusivo à Idade Média. Seguindo a mesma lógica, diversos estudos narratológicos escritos no Brasil e em Portugal atribuem à novela de cavalaria o papel de inaugurar, na literatura universal, a forma novelística. Contudo, pesquisas realizadas na Inglaterra, Espanha, França e Alemanha, por exemplo, desde a década de 1960, já apontavam para origens de elementos formais e da novela propriamente dita desde a Antiguidade Clássica. Conforme Katherine Gittes (1991), gregos e romanos, do período clássico, exerceram influências na literatura europeia medieval, uma vez que a narrativa-moldura, basilar para o gênero novela, emerge de duas tradições literárias: uma ocidental, por meio da novela grega e romana clássica; e outra oriental, a partir de textos de caráter religioso indianos. Desde o seu surgimento, a novelística apresenta-se como uma forma mais popular e que, por sua vez, por não encontrar-se tão atrelada a um rigor canônico, a exemplo de outras formas literárias, possui maior maleabilidade formal e pôde transformar-se e readaptar-se ao longo dos anos. Nesse sentido, ao analisar a novela de cavalaria e sua longa permanência em terras lusitanas, observamos que ela sofre algumas alterações em sua composição ao longo do século XVI, apresentando novas temáticas, ciclos e modos de construção da narração (maior aprofundamento psicológico dos personagens; incursões em discursos líricos em meio à prosa; mescla entre verso e prosa; exaltação do povo luso, por meio de personagens representativos de seu caráter heroico inerente; entre outras coisas) não explorados no medievo. No entanto, essas transformações desse subgênero da novela não são observados apenas durante o Quinhentismo, uma vez que, desde o século XII, quando surge no Ocidente, a novela de cavalaria não emerge enquanto uma forma necessariamente acabada, pois emerge com uma escrita em verso, o Roman, passa por um processo de prosificação a partir do século XIII, no qual esse subgênero não só converte-se em prosa, mas herda alguns aspectos composicionais da historiografia medieval, como a inserção de um autor ficcional na narrativa, a súmula por capítulo e a preocupação da pormenorização dos eventos narrados no texto. Assim, a constituição da forma da novela de cavalaria é um processo não estanque, tendo em vista que o gênero novela em si possui maleabilidade formal desde os primeiros textos criados que se inseriram nesse tipo de tradição literária. O presente trabalho tem por objetivo apresentar os as reconfigurações formais e os percursos da novela medieval lusitana do século XVI, a partir de obras como: Crônica do Imperador Clarimundo donde os Reis de Portugal descendem (1522), de João de Barros; Palmeirim de Inglaterra (1541-1543), de Francisco de Moraes; O Memorial das Proezas da Segunda Távola Redonda (1554), de Jorge Ferreira de Vasconcellos; e Terceira [e quarta] parte da Chronica de Palmeirim de Inglaterra na qual se tratam as grandes cavallerias del seu filho o príncipe Don Duardos Segundo (1582), de Diogo Fernández. Contudo, antes de abordarmos as suas transformações, empreendemos: 1) inserir a novela de cavalaria em uma tradição novelística iniciada na Antiguidade Clássica; 2) demonstrar como outros tipos de novelas possuem em si alguns aspectos composicionais que seguirão presentes nas narrativas cavaleirescas entre 1522 e 1582; 3) definir a novela de cavalaria enquanto um subgênero, ou seja, uma ramificação de um gênero mais amplo, a novela, estabelecendo o que há de basilar em sua estrutura, tendo em vista que, entre os críticos literários brasileiros, apenas Massaud Moisés (2012; 2013) empreendeu realizar um estudo sistemático sobre a sua composição; 4) entender como a novelística medieval foi estabelecida formalmente e que heranças formais do subgênero são provenientes exclusivamente do medievo. A partir da discussão e análise desses pressupostos, buscaremos apresentar como e por meio de que mecanismos narrativos as obras do século XVI aqui apresentadas reconfiguram-se.

 


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2085831 - ANCO MARCIO TENORIO VIEIRA
Interno - 1826432 - DARIO DE JESUS GOMEZ SANCHEZ
Interno - 2204851 - DAVID PESSOA DE LIRA
Externo ao Programa - 1851308 - ANDRE DE SENA WANDERLEY - UFPEExterno ao Programa - 3100501 - TIAGO HERMANO BREUNIG - UFPE
Notícia cadastrada em: 30/01/2023 20:49
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