A influência do Grego e os processos de formação de termos na linguagem científica: uma análise no léxico da Farmácia.
linguagem científica; Farmácia; Influência do Grego; formação de termos; composição morfológica, composição sintática, afixos.
Neste trabalho, busca-se convergir duas investigações que são complementares, com o objetivo de verificar a influência do grego e os processos de formação de palavras no léxico da Farmácia, perpassando por objetivos mais específicos, como: analisar a etimologia do léxico; descrever a formação dos compostos de origem grega e sua categorização no Português; comparar os processos de formação de termos no léxico da Farmácia com os da língua comum; descrever a arquitetura dos compostos morfológicos e sintáticos e analisar o comportamento morfo-semântico dos afixos. Na primeira parte, analisa-se a influência do grego no léxico da Farmácia, em uma amostra bem delimitada, dentro do universo constituído pelos 1066 termos da Farmácia que compõem o dicionário elaborado por Fernandes(autor), na Dissertação do Mestrado, intitulado Elementos para uma sistematização dos Termos da Farmácia: uma abordagem Terminológica, defendida na Universidade Federal do Ceará, em 1998. Na segunda parte, analisam-se os processos de formação dos termos, tomando-se como corpus para análise todo os termos constantes no dicionário supracitado. A análise da influência da língua grega se abastece, inicialmente, de suporte teórico, filosófico e histórico, abordando sobre a construção do significado, a influência grega e sua categorização no português, culminando com a construção de 133 fichas etimológicas, com as quais se procede a análise da variação, da posição e ligação dos radicais e da deriva semântica. Respalda-se numa literatura produzida por filólogos, gramáticos e linguistas clássicos e contemporâneos, dos quais evidenciam-se Peirce (1931), Sapir-Whorf (1929), Goes (1937), Saussure (1916), Said Ali (1931-1964), Nunes (1919-1975), Antenor Nascentes (1932), Campos (1935), Streck (1994), Greimas (1973), Hernandez(1974), Cuesta e Luz (1971), Martinet (1974), Pedro Luft (1979-2000), Cunha & Cintra (1984,1985), Scalise (1984),Hacken(1994),Sandmann(1989),Willians(1981),Warren(1990),Joseph(1998),Rocha(1998),Giannoulopoulou(2000),Pereira(2005),Baeskow(2004),Contende(2008),Preié (2008), Lüdeling (2009), Corbin (2001), Monteiro (1989,2002), Kastovsky (1982-2009), Ralli (2007,2008,2010), Brinton e Traugott (2005), Tomaszewicz (2008), Petropoulou (2009), Bauer(1988-1998-2005), Booij (2000, 2010), Almeida (2010), Faria(2011), Barreto (2012), Oliveira e Gonçalves (2011); Masip (1999, 2003); Iacobim(2004) e Villalba (1994, 2000, 2004, 2008, 2010,2012). Na descrição dos processos de formação, fundamentada na teoria de X- Barra, são analisadas as composições morfológicas e sintáticas, baseando-se no modelo de Villlava (2000) e os afixos utilizados nas composições, evidenciando-se, nestes, o sentido construído e os fenômenos de homofonia e concorrência dentre eles. A influência do Grego é relevante na construção da linguagem científica; a ordem dos radicais é fixa diferentemente dos da língua comum, assim como a ligação destes se dá com maior produtividade através de consoantes.As composições morfológicas e sintáticas apresentam arquitetura com maior complexidade do que as das língua comum. Os sufixos apresentam peculiaridades específicas de posição e apresentam concorrência e homofonia dentro da linguagem científica.