IMAGENS DO NORDESTE: O FILME DOCUMENTAL E O INSTITUTO JOAQUIM NABUCO DE PESQUISAS SOCIAIS
Cinema; Documentário; Nordeste; Pesquisa Social; Instituto Joaquim Nabuco.
Esta tese analisa a relação entre o cinema documental e o Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais (IJNPS), no modo como emergiu dentro das ciências sociais e da cinematografia brasileira um conjunto de imagens sobre o Nordeste. O IJNPS foi um órgão federal criado por iniciativa do sociólogo Gilberto Freyre em 1949 e sediado no Recife. A instituição assumiu um importante papel no apoio e financiamento às produções cinematográficas que convergiam com a proposta da pesquisa social produzida pela casa. Tornou-se um espaço de circulação e debates entre cientistas e cinegrafistas. Através dessas relações, constroem-se representações sobre o Nordeste que evidenciam as transformações políticas e culturais no país. Durante a direção executiva de Mauro Mota (1956-1970) e Fernando Freyre (1970-1979), o IJNPS realizou ações importantes sobre o gênero documental, como a produção dos filmes Aruanda (1960), O Cajueiro Nordestino (1962), A cabra na região semi-árida (1966) e Cultura Marginal Brasileira (1975). Além de uma série de eventos destinados a pensar e debater o documentário, a exemplo da realização, na década de 1970, das três edições da Mostra e Simpósio do Filme Documental Brasileiro. Estas iniciativas culminaram na construção de um próprio setor cinematográfico na instituição, hoje denominada Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). Identifica-se, assim, a importância do IJNPS no fortalecimento do documentário nacional e as condições históricas de desenvolvimento do gênero como um agente da pesquisa e reflexão social. A partir da História Cultural do Cinema, consideramos além das questões estéticas, suas representações, os aspectos de produção, fomento, trajetórias dos cineastas e seus significados para a História.