Aventuras cósmicas no país das cordas: espalhamento de campos bosônicos e fermiônicos em espaços-tempo de cordas cósmicas
boson; fermion; corda cósmica; gravitação; defeito topologico; transições de fase;
Cordas cósmicas são defeitos topológicos cilindricamente simétricos que espera-se que tenham se formado
durante algumas transições de fase no universo primordial quando o campo de Higgs adquiriu um valor nãonulo.
Por serem estreitas, numa escala cosmológica, elas são comumente estudadas utilizando a aproximação
de fio (wire approximation) na qual considera-se que o raio da corda é nulo. Embora essa aproximação faça
sentido num contexto cosmológico, a interação gravitacional local desses objetos com campos de matéria pode
ser muito relevante quando consideramos um raio não-nulo. De forma geral, o espaço-tempo ao redor de um
vórtice é plano no centro, possui curvatura localizada a uma distância finita da origem, e é plano e cônico longe
do centro. A estrutura cônica é caracterizada por uma coordenada angular variando de 0 a menos que 2, isto
é, o espaço-tempo possui um déficit angular. Nosso trabalho mostra que quando consideramos o espalhamento
de um campo escalar no espaço-tempo de uma corda cósmica, a amplitude de espalhamento encontrada a
partir da abordagem usual de ondas parciais é divergente. Para evitar a singularidade causada pela estrutura
assintoticamente cônica do espaço-tempo, nós propomos uma modificação do ansatz assintótico no formalismo
de ondas parciais e encontramos correções no desvio de fase e na seção de choque total. Também desenvolvemos um modelo simplificado para a métrica de uma corda cósmica e mostramos como a interação com o campo de calibre do vórtice afeta a seção de choque do campo escalar. Após isso aplicamos o formalismo para um campo de Dirac e explicitamente mostramos a fórmula da seção de choque para o caso fermiônico. Por fim, estudamos o espalhamento de campos bosônicos e fermiônicos no espaço-tempo de uma corda cósmica abeliana e não-abeliana e vimos que a seção de choque apresenta oscilações amortecidas. Para entender a origem desse comportamento usamos nosso modelo simplificado para mostrar que a estrutura assintótica do espaço-tempo causa essas oscilações.