Banca de DEFESA: ANTONIO ISRAEL CARLOS DA SILVA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ANTONIO ISRAEL CARLOS DA SILVA
DATA : 19/04/2022
HORA: 09:30
LOCAL: Remota
TÍTULO:

EMPRESARIAMENTO DO ENSINO SUPERIOR BRASILEIRO NOS ANOS 2000


PALAVRAS-CHAVES:

Ensino superior privado. Capital financeiro. Monopolização. Tecnologias da informação e comunicação 


PÁGINAS: 150
RESUMO:

O objetivo da tese foi analisar o empresariamento do ensino superior brasileiro nos anos 2000, no cenário de penetração do capital financeiro e de incorporação das tecnologias da informação e comunicação (TICs) nas políticas educacionais. Para alcançar a proposta da pesquisa, recorreu-se ao materialismo histórico-dialético e, do ponto de vista das técnicas de pesquisa acionadas, realizou-se revisão de literatura e pesquisa documental. Sobre a revisão de literatura, mapeou-se livros, artigos, teses, dissertações e textos em geral que viabilizassem as mediações teórico-metodológicas para a apreensão dos fenômenos discutidos, articulados em três eixos de análise: a) conexões entre a monopolização, a supercapitalização e a ascensão do capital financeiro como medida de reação burguesa à crise do capital – tendo como interlocutores Mészáros (2014), Harvey (1993, 2014), Netto (2010), Chesnais (2006), Behring (2010) e Mandel (1982); b) discussão sobre a ampliação das TICs na sociabilidade burguesa e no ensino superior, com a contribuição principal dos seguintes autores: Vieira Pinto (2005), Huws (2017), Mészáros (2008) e Lima (2007, 2011); C) recuperação histórica e atualização das particularidades e dilemas do ensino superior brasileiro, com a leitura de autores como: Fernandes (1975, 2020) Lima (2019, 2007), Leher (2019, 2020, 2021), Minto (2006, 2011) e Sguissardi (2009). Na pesquisa documental articulamos três momentos: a) estudo de documentos que explicitam as diretrizes internacionais do Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional e Unesco, a respeito da incorporação das TICs no ensino superior. b) análise dos dados sobre a expansão do ensino e sobre os números do FIES, programa que expressa a transferência do fundo público para o ensino privado (via isenção fiscal, empréstimos etc.); c) reunião e estudo sistemático de dados, informações e documentos sobre as principais transformações operadas nas duas maiores instituições privadas do Brasil, os grupos Cogna e Yduqs. O estudo incidiu sobre os relatórios de sustentabilidade empresarial e os resultados financeiros das duas instituições. A pesquisa identificou que a penetração do capital financeiro e a monopolização exigiram alterações na dinâmica empresarial, padronizando processos institucionais e pedagógicos nas grandes corporações que, na atualidade, vivem processos de internacionalização com fluxos de capitais estrangeiros. Tais dinâmicas introduziram o modelo de gestão corporativo-gerencialista, e no âmbito do ensino, atuaram na ampliação da modalidade EAD, instituição de modelos híbridos e flexíveis em cursos presenciais, ampliação da oferta de plataformas, materiais didáticos e redes informacionais de controle do trabalho docente. Ademais de ocorrer diversificação da oferta de serviços educacionais, por meio de recursos tecnológicos. Outrossim, o crescimento do mercado de ensino superior foi perpassado pela punção do fundo público, revelando o avanço do capital financeiro sobre o Estado brasileiro, sobretudo diante do significado do FIES. Todavia, conforme constatou-se na investigação, com a redução do número de contratos do FIES, a partir de 2015, ocorreram acirramentos interburgueses e a busca por reação do empresariado do ensino, para garantir e ampliar suas taxas de lucratividade. Do ponto de vista adotado na tese, tal situação acelerou as mudanças em curso nos grandes grupos educacionais brasileiros. Por fim, a tese evidencia que a natureza econômica e político-ideológica das transformações do ensino superior privado amplia as contradições do tipo de acesso predominante à educação, especialmente, às frações das classes trabalhadoras, que aspiram necessidades sociais por ampliação da escolarização e que se tornaram alvo de programas de financiamento estudantil.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1130647 - ANA CRISTINA DE SOUZA VIEIRA
Interna - 1130603 - ANA ELIZABETE FIUZA SIMOES DA MOTA
Externo ao Programa - 1278578 - ADILSON AQUINO SILVEIRA JUNIOR
Externo à Instituição - NEY LUIZ TEIXEIRA DE ALMEIDA - UERJ
Externa à Instituição - YOLANDA APARECIDA DEMETRIO - UFRJ
Notícia cadastrada em: 13/04/2022 14:48
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