Banca de DEFESA: SINDY MICAELLA SILVA DE FREITAS

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: SINDY MICAELLA SILVA DE FREITAS
DATA : 24/03/2023
HORA: 09:00
LOCAL: Departamento de Oceanografia
TÍTULO:

Ecologia trófica do dourado (Coryphaena hippurus - Linnaeus, 1758) no entorno do Arquipélago de São Pedro e São Paulo (Brasil) a partir de métodos convencionais e isotópicos


PALAVRAS-CHAVES:

peixe pelágico, conteúdo estomacal, isótopo estável


PÁGINAS: 61
RESUMO:

Pressões sobre os ecossistemas marinhos, incluindo as ilhas oceânicas, cresceram exponencialmente nas últimas décadas. Problemas como a explotação pesqueira, perda de habitat, mudanças climáticas e poluição são as maiores ameaças à biodiversidade. Com o intuito de realizar o manejo e a conservação nas áreas impactadas por essas pressões, é essencial compreender o funcionamento do ecossistema através das características biológicas e ecológicas das espécies, como a ecologia trófica. Neste trabalho, investigou-se o hábito e as características alimentares de Coryphaena hippurus no entorno do Arquipélago de São Pedro e São Paulo (ASPSP) através do uso combinado de análises de conteúdo estomacal (ACE) e isótopos estáveis (AIE). Os espécimes foram capturados com linha de mão por embarcações pesqueiras, sendo sexados e mensurados a bordo. Para a ACE, as coletas foram realizadas de 2010 a 2015. Os estômagos dos animais foram recolhidos após evisceração e, em seguida, foram etiquetados e congelados. Para a AIE, amostras de músculo da região dorsal dos animais foram coletadas de 2018 a 2019. Um total de 427 espécimes de C. hippurus foram analisadas, sendo 394 com base na metodologia de ACE e 33 na metodologia de AIE. Os resultados da ACE mostraram que a espécie é piscívora com espécies como Cheilopogon cyanopterus e Exocoetus volitans (peixes-voadores, ambos da família Exocoetidae) apresentando uma alta importância para a dieta. C. hippurus apresentou uma estratégia alimentar e de nicho que tende a especialização individual para alguns grupos, como os teleósteos, exibindo diversidade na ingestão de presas ocasionais, como moluscos e crustáceos. A amplitude de nicho da espécie a caracteriza como predador especialista, porém, a ampla diversidade de itens alimentares atribui uma classificação como predador oportunista. Os valores isotópicos de δ13C e δ15N em C. hippurus apresentaram uma baixa variação, com desvio padrão semelhante em ambos os parâmetros. C. hippurus apresentou um nível trófico (NT) mais alto a partir do método de cálculo da ACE (4,49) do que a partir do método da AIE (3,73). Esses valores de NT indicam que a espécie atua como mesopredador no entorno do ASPSP. Uma variação no consumo de presas foi observada entre machos e fêmeas, contudo, não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas. A análise SIBER indicou uma ausência de diferenças na assinatura isotópica de ambos os sexos, revelando alta sobreposição de nicho trófico entre machos e fêmeas. Uma correlação positiva foi observada entre o comprimento total e o δ15N de C. hippurus, sugerindo que os animais passam a se alimentar de presas maiores conforme crescem. Em conclusão, esta pesquisa mostrou que C. hippurus é piscívoro e atua como um mesopredador. Sua estratégia alimentar é marcada por uma plasticidade que classifica a espécie como um predador de tendência especialista (demonstrando preferência por algumas presas), mas sem excluir a possibilidade de se alimentar das presas mais abundantes na área de forrageio (revelando um comportamento oportunista). Essa plasticidade possivelmente surge como uma estratégia de compartilhamento de recursos com outros predadores presentes no ASPSP.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1778982 - GILVAN TAKESHI YOGUI
Interno - 3106380 - MARCELO FRANCISCO DE NOBREGA
Interno - 2309616 - RALF SCHWAMBORN
Externo à Instituição - RAFAEL MENEZES ROBERTO - UFRPE
Externa à Instituição - NATALIA PRISCILA ALVES BEZERRA - UFES
Notícia cadastrada em: 22/03/2023 13:11
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