ANÁLISE DOS PADRÕES DE ESTRUTURA TERMOHALINA E DINÂMICA SOBRE A PRODUTIVIDADE COSTEIRA EM 11°S AO LARGO DO NORDESTE BRASILEIRO
Subcorrente do Norte do Brasil, estabilidade da coluna d’água, Oeste do Atlântico tropical Sul ao largo do Nordeste do Brasil
O Oeste do Atlântico Tropical Sudoeste (ATSO) é uma região dinâmica e de grande importância na circulação do Oceano Atlântico. Ela é marcada pela presença da Subcorrente do Norte do Brasil (SCNB), a qual é considerada um ramo superior da Circulação de Revolvimento Meridional do Atlântico (CRMA). A SCNB é caracterizada por uma termoclina bem estratificada, com baixa variabilidade na coluna d’água. Porém, fenômenos costeiros podem alterar e impactar a estrutura termohalina e, consequentemente, a vulnerabilidade ecológica na plataforma e talude. Este trabalho investiga a variabilidade termodinâmica e a resposta da clorofila nos primeiros 600 m de profundidade na seção transversal em 11° S, próximo à costa brasileira. Foram analisados 26 anos (1993-2018) de dados diários de corrente meridional e temperatura da base de reanálise GLORYS12V1 (G12V1), 1/12° (~ 8 km). A resposta da variabilidade de clorofila é analisada usando a reanálise biogeoquímica FREEGLORYS2V4 (FG2V4) (1/4°). Aproximadamente três anos dos dados de reanálise da corrente meridional são comparados com os dados in situ do programa Alemão de Climate Variability and Predictability (CLIVAR) a 11° S, o que mostrou uma correlação satisfatória em 200 m de profundidade. A análise de 26 anos do G12V1 confirma o núcleo do SCNB centrado na profundidade de 200 m, com um fluxo médio para o norte de 70 cm s־¹. Observou-se através de análises espectrais que os dados de reanálise da corrente possuem uma alta frequência dominante de periodicidade de 15-30 dias, também identificado nos dados in situ. A cross-wavelet entre a clorofila, a temperatura e a componente meridional da corrente identificaram covariâncias na banda de 15-30 dias de periodicidade, além do sinal anual. O principal modo de variabilidade dinâmica na coluna d’água está associado à SCNB e retém ~43% da variância e o segundo modo representa um padrão anticiclônico da circulação e representa 18% da variância. A frequência de Brunt-Väisälä, de 26 anos de dados diários, confirma que as instabilidades na coluna d’água ocorrem predominantemente no inverno e primavera. Estes resultados permitiram uma melhor compreensão dos padrões de variabilidade de alta frequência na estrutura termohalina e dinâmica da coluna d’água da área de estudo.