Efeito do Índigo e Indirubina no desenvolvimento e biologia reprodutiva de Aedes aegypti.
Aedes aegypti; Índigo; Reprodução
A ocorrência de arboviroses é crescente tanto no Brasil como em outros países tropicais e, apesar dos programas de controle com altos financiamentos, ainda são consideradas pela Organização Mundial de Saúde doenças negligenciadas. A produção de novos compostos sintéticos, com base em estruturas de compostos naturais ou não, representam uma importante estratégia para o desenvolvimento de produtos em larga escala e economicamente viáveis. Existem três grandes grupos de metabólitos secundários: terpenos, compostos fenólicos e alcalóides. O Índigo e Indirubina são alcalóides bis-indólicos encontrados em diversas plantas, mas em maior quantidade na Indigofera suffruticosa,representando 35% de sua constituição química. Estudos com essa espécie em diferentes momentos do desenvolvimento de Ae. aegypti, apresentaram resultados satisfatórios diminuindo a oviposição. Diante disso, a proposta do estudo é avaliar o efeito dos compostos Índigo e Indirubina no desenvolvimento e biologia reprodutiva de Aedes aegypti. Como resultados, observamos que fêmeas de Ae. aegypti expostas a diferentes concentrações de Índigo (100 µg/mL, 250 µg/mL, 500 µg/mL), não apresentaram redução na fecundidade. Porém, a fertilidade foi afetada, o grupo exposto a concentração de 500 μg/mL apresentou uma redução significativa de números de ovos viáveis (apenas 46,73% dos ovos eclodiram). Após avaliar a viabilidade dos ovos, foi observada a capacidade de desenvolvimento e emergência de adultos. Fêmeas expostas a concentração de 250 μg/mL e 500 μg/mL apresentaram uma redução no número de adultos da geração F1, 48,65% e 35,14% das larvas L1 conseguiram atingir a fase adulta, respectivamente. Em relação ao efeito do Índigo em substratos de oviposição,foi observado que não houve diferença significativa entre o número de ovos colocados no substrato contendo a concentração de 100 μg/mL do Índigo (56,80%) e água (43,20%). Já no ensaio com a concentração de 250 μg/mL e 500 μg/mL, houve diferença significativa no número de ovos no substrato que continha Índigo (67,55% e 60,97%, respectivamente) comparado com o que continha água (32,45% e 39,03%, respectivamente). Duas hipóteses estão sendo investigadas: I. O Índigo afeta a capacidade de alimentação e causa alterações no intestino de fêmeas expostas; II. O Índigo altera o comportamento reprodutivo dos machos, a organização dos espermatozoides e/ou a viabilidade dos espermatozoides.