OBTENÇÃO DE PEPTÍDEOS INIBIDORES DE ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA PROVENIENTES DE MICROALGAS CULTIVADAS EM MEIO SUPLEMENTADO COM MILHOCINA
Microalgas. Milhocina. Extração. Proteínas. Peptídeos. iECA.
A demanda mundial por fontes de proteína é ascendente devido ao seu uso nutricional, além da sua ampla aplicação biotecnológica, médica e farmacêutica. Entre as aplicações das proteínas está a produção de peptídeos bioativos com atividades anti-inflamatória, antioxidante, anticancerígena e atuando na inibição da enzima conversora de angiotensina, auxiliando no controle da hipertensão arterial, uma das principais causas mortes no mundo. No entanto, a utilização de fontes de proteínas exclusivamente de origem animal já não é mais uma opção viável, tendo em vista os custos empregados, os novos hábitos alimentares e comportamentais da população, além dos altos índices de alérgicos e intolerantes a subprodutos de origem animal. Sendo assim, a busca por fontes de proteínas de origem não animal vem crescendo. As possibilidades mais próximas são plantas, fungos e microalgas. As microalgas possuem metabolismo simples, utilizando luz solar, CO2 e água e fornecendo nutrientes, principalmente proteínas valiosas para aplicação industrial e energética. As espécies dos gêneros Chlorella e Tetradesmus produzem altos índices de proteína por massa seca e por isso são fontes potenciais de proteínas e peptídeos. A maior dificuldade para obter esses peptídeos a partir de microalgas se dá na remoção dos compostos através da sua parede celular, sendo necessário estudar e conhecer a fisiologia da célula bem como técnicas de extração e remoção de peptídeos para sua possível aplicação. O objetivo deste trabalho é avaliar os métodos de extração de proteínas e peptídeos iECA em microalgas verdes, cultivadas em meio suplementado com milhocina, um subproduto rico em nitrogênio. As técnicas utilizadas foram ultrassonicação, digestão enzimática e hidrólise química em três espécies de microalgas: Chlorella vulgaris, Tetradesmus obliquus e Dunaliela tertiolecta. Os melhores rendimentos de extração de peptídeosforam obtidos pela metodologia de ultrassonicação, alcançando 19% em DT. Os hidrolisados peptídicos apresentaram elevada atividade iECA. O maior percentual de inibição da ECA foi de 95%, superior ao controle utilizando Captopril, pelas metodologias de extração por ultrassonicação e digestão enzimática com as espécies C. vulgaris e D. tertiolecta. As técnicas utilizadas permitiram obter potenciais peptídeos iECA que necessitam de estudos e testes in vivo para potencial aplicação terapêutica.