AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DA PRODUÇÃO DE ETANOL, A PARTIR DE BIOMASSAS LIGNOCELULÓSICAS E MELAÇO, COMO ALTERNATIVA ENERGÉTICA PARA O PERÍODO DE ENTRESSAFRA DA CANA-DE-AÇÚCAR NO ESTADO DE PERNAMBUCO
Biomassa; Cana-de-açúcar; Palma forrageira; Sorgo sacarino; Xilitol
As limitações geográficas e climáticas de Pernambuco impossibilitam a produção de cana-de-açúcar o ano inteiro e por toda a sua extensão, sem a adição de sistema de irrigação adequado, já que 48% da região Nordeste está inserida no clima árido/semiárido. Dentro deste cenário, o primeiro capítulo consiste em uma avaliação do potencial de produção de etanol a partir das frações da biomassa de sorgo sacarino, como o seu caldo, grãos e bagaço. No segundo capítulo, avaliou-se qual a melhor época do ano e período do dia para a colheita da biomassa de palma forrageira, considerando-se o pH ideal para a realização da etapa de hidrólise enzimática. Além disso, determinou-se a melhor temperatura e o tempo de secagem, desse vegetal, para a etapa de produção de carboidratos. Os resultados sugeriram que o início da manhã e a estação seca são os melhores períodos de colheita, enquanto que a melhor temperatura e tempo de secagem da biomassa são 105°C e 12h, respectivamente. E, por fim, o terceiro capítulo objetivou a identificação de leveduras isoladas em solos, nos quais é plantado cana-de-açúcar. Esse procedimento visou a avaliação da produção de etanol 1G, 2G e xilitol, usando como substratos caldo e melaço de cana-de-açúcar, bem como hidrolisados ácidos dos bagaços de cana-de-açúcar e sorgo, além da biomassa de palma forrageira, por Meyerozyma Caribbica. Esta levedura fermentou tais substratos, apresentando eficiências superiores a 75%, para a produção de etanol 1G e, >80%, para a 2G. Para a produção de xilitol, verificou-se que a melhor relação entre glicose e xilose é de 1:5, com rendimento de 0,88, em meios contendo apenas estes dois carboidratos, sem qualquer outra fonte nutricional. Já nas condições dos hidrolisados ácidos, não foi observada a produção de xilitol, apesar de ter havido o consumo >80% da xilose disponível no meio. Assim, pode-se concluir que as alternativas propostas na presente tese são um caminho, na tentativa de suprir a lacuna na produção de etanol, durante o período de entressafra da cana. Porém, ajustes, principalmente no que se diz a respeito aos subprodutos desse processo precisam ser realizados, a fim de que o mesmo seja viável economicamente.