AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ANTIVIRULÊNCIA DO INIBIDOR DE TRIPSINA ISOLADO DE Enterolobium contortisiliquum (EcTI) CONTRA Staphylococcus aureus e Candida albicans
EcTI. Virulência. Staphylococcuss aureus. Candida albicans.
A prospecção por novos padrões moleculares visando o tratamento de doenças causadas por microrganismos patogênicos tem aumentado nas últimas décadas, em decorrência do surgimento de cepas resistentes às terapias vigentes, mas também devido aos seus efeitos tóxicos. Bactérias e fungos apresentam vasto repertório de moléculas como as proteases, enzimas catalisadoras de ligações peptídicas, essenciais para infectividade e virulência. Estudos mostraram que compostos como aqueles oriundos de fontes biológicas, reduziram a infectividade e proteção de diversos microrganismos pela ação inibitória sobre proteases específicas. De posse dessas informações, os inibidores derivados de plantas podem ser pleiteados como potenciais fármacos para atenuar complicações clínicas provocadas por patógenos como Staphylococcuss aureus e Candida albicans. Ensaios in vitro revelaram a capacidade de um Inibidor de Tripsina de Enterolobium contortisiliquum (EcTI) em promover ação antivirulência contra esses patógenos oportunistas, dificultando a produção do pigmento estafiloxantina da S. aureus, que uma vez ausente torna a bactéria suscetível à defesa imunológica do hospedeiro. A capacidade de S. aureus em causar hemólise e de produzir biofilme também foi reduzida na presença desse composto natural. O EcTI ainda prejudicou a formação do biofilme de C. albicans, promovendo inclusive a quebra dessa barreira protetora. Diante desse cenário, esse estudo oportuniza discussões sobre os mecanismos virulentos relacionados às proteases e aos efeitos provocados por inibidores. Além disso, as atividades in vitro realizadas concedem o primeiro relato sobre os efeitos do EcTI na antivirulência contra S. aureus e C. albicans.