AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES ANTIOXIDANTE E ANTIULCEROGÊNICA DE EXTRATOS ORGÂNICOS DAS FOLHAS DE Conocarpus erectus
Combretaceae. Fenólicos. Antioxidante. Úlcera.
As plantas medicinais são alternativas eficientes na procura por novas substâncias que atuam no tratamento para várias patologias, devido à sua diversidade química e baixo custo. Conocarpus erectus, popularmente conhecida como mangue de botão, é uma espécie bastante utilizada na medicina popular para o tratamento de sífilis, hipertensão, diabetes, câncer, hemorragias, infecções, inflamação e na cicatrização de feridas. Considerando a utilização popular desta espécie o presente trabalho teve como objetivo avaliar as atividades antioxidante, gastroprotetora e anti-inflamatória intestinal dos extratos orgânicos de Conocarpus erectus. O material vegetal foi coletado no município de Vila Velha (Norte/Pernambuco). Os extratos acetato de etila (Ce-AcEOt) e etanol (Ce-EtOH) das folhas de C. erectus foram preparados pelo método de maceração. O perfil fitoquímico foi analisado por cromatografia em camada delgada (CCD), também foram determinados os teores de fenóis totais, flavonoides e taninos totais. O potencial antioxidante dos extratos foi avaliado pelos métodos de sequestro de radicais livres DPPH e ABTS, e posteriormente foi realizada toxicidade aguda, de acordo com a OECD (423). A atividade gastroprotetora foi analisada através do modelo de úlcera induzida por etanol, sendo realizado em seguida a determinação dos níveis de mieloperoxidase (MPO) e óxido nítrico (NO). Para elucidar os possíveis mecanismos de ação, investigou-se o papel do óxido nítrico, compostos sulfidrílicos e prostaglandinas. E em seguida, foi realizada a avaliação da atividade anti-inflamatória intestinal (colite ulcerativa). A CCD mostrou a presença de flavonoides e terpenos no Ce-Hex; terpenos, flavonoides, taninos e cumarina no Ce-AcEOt e flavonoides, taninos e cumarina no extrato Ce-EtOH. O extrato Ce-EtOH apresentou teores de fenóis totais (22,05 mg EAT/g), flavonoides (8,46 mg ER/g) e taninos (15,49mg EAT/g), enquanto o Ce-AcEOt apresentou teores de fenóis totais (14,11 mg EAT/g), taninos (5,73mg EAT/g) e flavonoides (5,32 mg ER/g). Na avaliação da atividade antioxidante os extratos Ce-EtOH e Ce-AcEOt mostraram capacidade de sequestrar radicais livres pelo método de DPPH (CE50 69,95 e 248,16 µg/mL, respectivamente) e inibição de ABTS de 68,95 e 44,05 %, respectivamente. Na toxicidade aguda os extratos orgânicos não registraram mortes, sinais tóxicos ou alterações bioquímicas ou hematológicas. Na atividade gastroprotetora, ambos os extratos reduziram o índice de lesão ulcerativa, além de diminuir os níveis de MPO (mieloperoxidase) e NO (óxido nítrico). A histopatologia mostrou a preservação das fossetas gástricas e do tecido muscular, como também diminuição mostrou a preservação das fossetas gástricas e do tecido muscular, como também diminuição de infiltrados de neutrófilos e aumento da produção de muco dos animais tratados com Ce- AcEOt e Ce-EtOH nas doses de 100 e 200 mg/kg, respectivamente. Durante a administração prévia dos antagonistas de óxido nítrico, compostos sulfidrílicos e prostaglandinas foi constatado que Ce-AcEOt atuou pelas vias de óxido nítrico e prostaglandinas enquanto o Ce-EtOH continuou com sua ação gastroprotetora, sugerindo não agir pelas vias testadas. O ensaio de colite ulcerativa mostrou a redução significativa da área de lesão em intestinos de ratos tratados com Ce-EtOH (200 mg/kg) e Ce-AcOEt (100 mg/kg) quando comparados ao grupo controle. Apresentando inibição de ILU de 18,3 % para o tratamento realizado com Ce- EtOH (200 mg/kg) e 20,9 % para Ce-AcOEt (100 mg/kg). Dessa forma, o presente estudo revelou que os extratos orgânicos de C. erectus possuem propriedades antioxidante, gastroprotetora e anti-inflamatória intestinal, sugerindo estas atividades podem estar associadas à capacidade antioxidante dos compostos fenólicos presentes nestes extratos.