Investigação bioguiada da atividade antileishmania “in vitro” de Ocotea glomerata e Ocotea fasciculata
Leishmanioses, produtos naturais, Ocotea glomerata, Ocotea fasciculata
As leishmanioses são um complexo de doenças parasitárias causadas por protozoário do genero Leishmania, inseridas no grupo de doenças tropicais negligenciadas. Os principais medicamentos utilizados no tratamento das leishmanioses são antimoniais pentavalentes e anfotericina B. Contudo, esses medicamentos estão associados a sérios efeitos colaterais devido à toxicidade elevada. Portanto, é necessária a busca de novas drogas leishmanicidas. Nesse contexto, os produtos naturais são uma fonte de novas moléculas ativas. Neste trabalho, investigou-se a atividade antileishmania dos extratos hexânicos, acetato de etila, etanólicos e metanólicos de Ocotea fasciculata e Ocotea glomerata. A obtenção da IC50 (concentração da amostra teste que inibi 50% do crescimento dos parasitas em relação ao controle) foi realizada a partir do método colorimétrico do MTT (brometo de 3-metil [4,5-dimetiltiazol-2-il]-2,5 difeniltetrazólio). O MTT avalia a atividade metabólica das células com base na redução desse sal por desidrogenases, que resulta na produção de cristais de formazan intensamente corados no interior das células. A avaliação dos extratos mostrou que apenas a espécie O. fasciculata apresenta interessante potencial leishmanicida sobre formas promastigotas de L. amazonensis e infantum. Os três extratos mais ativos foram: o Extrato Etanólico Bruto, o extrato hexânico e o Extrato de Acetato de Etila, sendo este último o de maior eficácia. A partir de análises cromatográficas dos extratos, sugere-se que o ativo responsável por tal atividade esteja em maior concentração no extrato acetato de etila. Para identificação da substância ativa será necessário realizar, numa próxima etapa, processos de fracionamento, purificação, isolamento e caracterização.