METABOLISMO DO ACETATO NA LEVEDURA Dekkera bruxelensis
Dekkera bruxellensis; acetato; fermentação alcoólica; respiro-fermentativo; dissulfiram.
Dekkera bruxellensis é uma levedura com grande potencial industrial, sendo associada a eventos de contaminação no processo de produção de bioetanol e de vinho. No decorrer dos anos, vários estudos caracterizaram metabolicamente esta levedura e observaram fatores relacionados a esse papel como contaminante, bem como sua benéfica função em outros processos industriais, como é o caso da produção da cerveja Belga Lambic. Ao longo do curso evolutivo, essa levedura adquiriu características primordiais para seu estabelecimento e manutenção nas dornas de fermentação alcoólica, como por exemplo, a capacidade em produzir etanol mesmo em condições de aerobiose, a habilidade em suportar o elevado teor alcoólico do processo e a capacidade em assimilar o nitrato como fonte de nitrogênio, característica essencial quando é esgotado o aporte de amônia presente no caldo de cana-de-açucar. Apesar disso, outros aspectos do seu metabolismo necessitam de entendimento, como é o caso da produção de acetato pela levedura. Diante disso, o objetivo do presente trabalho foi investigar fatores associados à produção de acetato pela levedura D. bruxellensis, observando como essa disponibilidade iria influenciar na capacidade em produzir etanol pelo seu metabolismo. Além disso, identificar os mecanismos genéticos associados a esses eventos fisiológicos. Como resultados, foi mostrado que a presença do inibidor bioquímico de acetato, dissulfiram, retardou o crescimento da levedura em diversas condições respiro-fermentativas. Adicionalmente, análises genéticas e fisiológicas mostraram expressão aumentada de genes chaves do metabolismo respiro-fermentativo, depleção de acetato citosólico com a utilização do inibidor, aumento do fluxo metabólico para produção de etanol pela levedura, bem como a identificação do mecanismo de saída do acetato das mitocôndrias de D. bruxellensis.