IMPACTO DA AUSÊNCIA DO TRATAMENTO ENDODÔNTICO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE EM PERDAS DENTÁRIAS DE ADOLESCENTES: ESTUDO DESCRITIVO TRANSVERSAL EM ESCOLAS DE TRÊS MUNICÍPIOS DO INTERIOR DO ESTADO DE PERNAMBUCO
Perdas dentárias; Atenção Primária em saúde; Tratamento de canal; Adolescentes e endodontia; Endodontia
Objetivo: Avaliar, através de um corte transversal, acerca do impacto que a ausência do tratamento endodôntico na Atenção Primária pode causar para a população, principalmente mais jovem, no que tange às perdas dentárias precoces. Metodologia: Foi realizada uma pesquisa com questionários físicos, aplicados em três escolas da rede estadual de ensino de três municípios do interior do estado de Pernambuco. Estudantes com idades entre 14-22 anos (faixa etária contemplada nas escolas estudadas) participaram do estudo respondendo a questões acerca de seus conhecimentos sobre a endodontia e suas experiências com este tratamento. Com a finalidade de se obter informações específicas atuais acerca de escolares de menor renda e suas experiências e autopercepções acerca do tratamento endodôntico e perdas dentárias, tais questionários visaram colher dados que comprovassem ou não a teoria e ideia que este trabalho propõe. Os questionários foram avaliados estatisticamente. Foi utilizado o software SPSS na versão 23, considerando as variáveis dependentes e as independentes. Resultados: Foram obtidos 229 questionários respondidos e com isso, foi observado que o conhecimento do público-alvo acerca da existência do tratamento endodôntico mostrou-se em 83,8% dos adolescentes avaliados. Entretanto, apenas 38,4% tinham conhecimento da disponibilidade desse tratamento no SUS. Uma porcentagem de 58,1% declarou não ter perdas dentárias até o momento da pesquisa e entre os que haviam perdido dentes, 30,2% (maior porcentagem) foi pelo motivo de extrair por opção de escolha; o que configura um cenário muito preocupante. Um percentual de 87,3% dos respondentes nunca havia realizado o tratamento endodôntico. A maioria, 59,1%, se justificaram por razões de nunca precisar ter feito este tratamento. Em segunda colocação, 19,7% alegaram não possuir condições financeiras para fazer o tratamento na rede privada e nem ter acesso a este serviço público. Entretanto, 75,1% dos adolescentes desejariam realizar o tratamento endodôntico caso tivessem essa opção na cidade e de maneira gratuita através do SUS. Conclusão: Os adolescentes pesquisados não apresentam em quantidade significativa o conhecimento acerca do tratamento endodôntico através do SUS (atualmente, por meio dos CEOs). O alcance da endodontia por esta população é dificultado pela falta de informação e por questões financeiras. A perda dentária foi vista através das análises e a razão predominante, extração por opção de escolha, é algo preocupante. Torna-se evidente o desejo desta parcela em realizar este tipo de tratamento caso o acesso gratuito os fosse garantido.