ASSOCIAÇÃO ENTRE PRÁTICAS PARENTAIS, ESTADO NUTRICIONAL E CONSUMO ALIMENTAR E DE PRÉ-ESCOLARES NOS CENTROS MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO INFANTIL (CMEI)
Práticas parentais, estado nutricional, consumo alimentar, pré-escolares
A infância é o período em que a maior parte das práticas alimentares das crianças são estabelecidas. O objetivo do estudo foi analisar a associação entre práticas parentais, estado nutricional e consumo alimentar em pré-escolares em Centros Municipais de Educação Infantil. Trata-se de um estudo transversal realizado de setembro a novembro de 2023, envolvendo156 pais ou responsáveis de crianças de 2 a 5 anos, excluindo crianças com condições médicas ou residentes estrangeiros. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco. Foram aplicados questionários referentes a práticas parentais, de frequência de consumo alimentar e avaliação antropométrica. Os dados foram apresentados em frequência simples e em mediana e intervalo interquatilico para aqueles que não paresentaram distribuição normal. Os testes de Mann-Whitney e teste de Kruskal-Wallis foram utilizados para verificar a associação entre a variável dependente e as exploratórias, sendo estabelecido o nível de significância de p<0,05. A maioria das crianças era do sexo masculino e 12,5% apresentavam excesso de peso. Pais frequentemente incentivam a experimentação e controlam o acesso a alimentos não saudáveis, enquanto práticas como controle emocional e pressão para comer são menos comuns. A restrição de escolha alimentar foi significativamente associada ao IMC por idade. Crianças consumiram mais proteínas e menos alimentos ultraprocessados, indicando variação nos padrões alimentares. Práticas alimentares parentais mais restritivas e de controle aumentam o consumo de frutas, legumes e verduras (FLV) e diminuem o de alimentos ultraprocessados (AUP) em crianças. A pressão para comer e permissividade aumentam o consumo de AUP e reduzem o de FLV. Conclui-se que as práticas parentais de restrição alimentar em casos de sobrepeso/obesidade mostrou-se contraproducente, destacando a necessidade de estratégias equilibradas. As práticas parentais de incentivo ao consumo saudável e controle de alimentos não saudáveis foram benéficas, enquanto o uso de comida como recompensa e controle emocional foram negativos. Enfatiza-se a importância de intervenções educativas e políticas públicas para promover alimentos nutritivos e regular a publicidade de alimentos não saudáveis.