RASTREAMENTO DE DISFUNÇÕES RESPIRATÓRIAS EM INDIVÍDUOS NA CONDIÇÃO PÓS-COVID-19
COVID-19;; padrão respiratório; teste de função pulmonar, diagnostico, fisioterapia, inovação tecnológica, dispositivo.
Introdução: A condição pós-COVID-19 confere sintomas que permanecem além de 12 semanas após o diagnóstico e podem persistir, quando associado ou não a outra doença pré existente. Compreendendo que a COVID-19 é uma doença multissistêmica, torna-se relevante averiguar a presença de disfunções do sistema respiratório após o período da fase aguda. Objetivo: Avaliar de forma multidimensional a função respiratória, ventilometria, manovacuometria e medidas de padrão respiratório mensuradas pelo Respiratory Diagnostic Assistant (RDA) em pacientes na condição pós COVID-19, de modo a rastrear a prevalência de disfunções respiratórias. Métodos: Estudo observacional e transversal registrado no Clinical Trials (NCT05659615). Para rastrear disfunções respiratórias na condição Pós-Covid-19 foram realizadas espirometria (medição de capacidade vital forçada - CVF, Volume expiratório forçado no primeiro segundo - VEF1); manovacuometria (pressão ins e expiratórios máximas - PImax e PEmax, respectivamente), ventilometria (volume minuto - VM, volume corrente - Vt, frequência respiratória - Fr, capacidade inspiratória - CI e capacidade vital lenta - CVL). No RDA, além das variáveis ventilométricas medidas simultaneamente, fluxos e tempos ins e expiratórios, foram registrados, gerando dados qualitativos no tempo. As variáveis foram descritas em valores brutos, previstos e classificados como função preservada ou alterada. Análises de correlação e de concordância de Bland Altman também foram aplicados para as variáveis do padrão respiratório medidas pelo ventilômetro e RDA. Resultado: Um total 102 pacientes em condição pós-COVID-19 (65 mulheres, 48,21 ± 12,49 anos) com o tempo de convalescença de 23,22 ± 8,4 semanas participaram do estudo. 43% destes possuíam moderada obstrução pulmonar, 53% volumes e capacidades pulmonares reduzidos e 65% apresentavam PEmax abaixo do valores preditos O RDA indica alterações no ritmo do padrão respiratório em mais de 81% dos investigados. As variáveis FR e VM mostraram concordância entre os dois métodos avaliativos (ventilometria vs. RDA). Houve correlação significativa (p<0,05) entre a variável VMexpRDA com as variáveis: CVF, VMVENT, PEmaxm e PImax e a variável PmaxX com as variáveis FluxoexpRDA, VMinspRDA, VMexpRDA, CVLvent e VMVENT. Conclusão: Pacientes em condições pós COVID-19 podem apresentar disfunção obstrutiva com comprometimento respiratório moderado, levando a volumes e capacidades pulmonares reduzidos.O ritmo do padrão respiratório pode manter-se alterado após a COVID-19 independente da gravidade da doença em indivíduos saudáveis previamente. A utilização destas avaliações na rotina do fisioterapeuta permite a estabilização de objetivos bem como pode servir como parâmetro para aferir e acompanhar a evolução do tratamento.