Sazonalidade de impacto ambiental decorrente do fluxo turístico em Porto de Galinhas – Ipojuca (PE), avaliada por danos genômicos em Abudefduf saxatilis
Monitoramento ambiental. Praias. Genotoxicidade. Impacto do Turismo. Pandemia do Covid 19.
A ocupação turística nos litorais é um processo que gera preocupação ao setor ambiental por ameaçar a estabilidade dos vários ecossistemas costeiros. Por esta razão é importante realizar monitoramentos ambientais que analisem e quantifiquem o impacto ambiental dos seus ecossistemas. A praia de Porto de Galinhas (Pernambuco - Brasil) possui uma das maiores demandas de visitação do Brasil e sofreu igualmente as restrições de mobilidade humana devido à pandemia do Covid 19. Tais restrições possibilitaram avaliar o impacto do turismo na praia de Porto de Galinhas e o efeito da desocupação turística durante o período de lockdown de 2020. Amostras de sangue da espécie Abudefduf saxatilis (Linnaeus, 1758) foram coletadas mensalmente, durante um ano e no trimestre de lockdown, para realização do Teste de Micronúcleo (MN), Alterações Morfológicas Nucleares (AMN) e de forma sazonal (período seco/chuvoso) do Ensaio Cometa. Como grupo controle, espécimes de A. saxatilis foram coletados em área de proteção ambiental na praia de Tamandaré (68Km de Porto de Galinhas). Os teste de MN e AMN mostraram a relação da maior freqüência de danos genômicos com o maior fluxo turístico. Em relação à sazonalidade pluviométrica, o ensaio cometa demonstrou uma maior incidência de danos genômicos no período seco o qual apresenta também maior migração turística, do que no chuvoso. O período de lockdown apresentou uma menor incidência de danos genotóxicos do que o período sem restrição de mobilidade humana e maior do que o controle o controle. Os resultados mostraram que o turismo vem causando significativo impacto ambiental na praia de Porto de Galinhas. As observações levantadas no período de lockdown mostraram como a ausência da movimentação humana resultou em mudanças favoráveis à recuperação ambiental, demonstrada pela menor freqüência de danos genômicos.