Condutores ambientais de variação acústica em duas espécies de anuros habitando florestas serranas no Nordeste do Brasil
Floresta Atlântica. Caatinga. Variação ambiental. Enclaves de floresta. Variação fenotípica.
Montanhas são ambientes excepcionais para estudar processos evolutivos devido a sua capacidade singular de gerar e manter biodiversidade. Os enclaves de floresta em elevadas altitudes ao norte do rio São Francisco são remanescentes de Floresta Atlântica cercados por Caatinga, que tiveram sua vegetação estabelecida durante as várias mudanças climáticas do Quaternário. Tais montanhas atuaram como refúgios florestais para a biota de biomas florestais como a Floresta Atlântica. As populações de anuros dessas áreas foram relativamente estudadas quanto aos seus padrões de diversidade e estruturação genética. Contudo, investigações sobre variação fenotípica e mecanismos evolutivos que atuam na evolução desses caracteres permanecem inexplorados. Nesse trabalho investigamos variação acústica em populações de duas espécies de anuros coocorrentes em florestas serranas do Planalto da Borborema, testando associações dessa variação com variação ambiental, distância geográfica e tamanho corporal. Nossos achados demonstram que todos os fatores testados influenciam na variação acústica das populações estudadas, porém, com importâncias relativas diferentes em cada espécie devido suas diferenças ecológicas. Assim, tanto processos seletivos quanto neutros podem estar atuando conjuntamente sobre a diferenciação acústica de populações de anuros de florestas serranas.