DIVERSIDADE E POTENCIAL BIOTECNOLÓGICO DE LIQUENS FRUTICOSOS DO PARQUE NACIONAL DO CATIMBAU, PE – BRASIL
Macroliquens. Caatinga. Compostos bioativos. Nordeste.
O ecossistema Caatinga ocupa um espaço significativo na região Nordeste do Brasil, apresentando grande diversidade em sua fitofisionomia. Neste contexto, o Parque Nacional do Catimbau (PARNA Catimbau) é um exemplo bastante significativo quanto aos atributos desse ambiente. Tendo em vista a extrema relevância da região e buscando contribuir para o conhecimento da liquenobiota do Nordeste, este trabalho teve por objetivo realizar um levantamento das espécies de liquens fruticosos do PARNA Catimbau, identificando também seu potencial econômico e biotecnológico. Para tanto, foram analisados espécimes fruticosos previamente coletados na área de estudo e devidamente armazenados, esses foram identificados e analisados quanto a sua morfologia, anatomia e química, através do uso de chaves de identificação, testes de coloração, fluorescência, cromatografia em camada delgada e líquida de alta eficiência. Foi realizado posteriormente levantamento das aplicações biotecnológicas mencionadas na literatura para os compostos detectados nas espécies identificadas. Foram analisados 115 espécimes, distribuídos em quatro gêneros e 21 espécies. Desses, 15 são novas ocorrências para o semiárido pernambucano. Foram detectados 23 fenóis liquênicos, 16 com atividade biológica confirmada na literatura, sendo os liquens Cladonia ceratophylla, C. verticillaris, Ramalina aspera, R. peruviana, R. sorediosa e Teloschistes flavicans os mais abundantes e as substâncias atranorina, ácidos fumarprotocetrárico, protocetrárico, salazínico, úsnico e parietina as ocorrentes em maior concentração, e, por isso, mais indicados para uso biotecnológico. Dessa forma, análises aprofundadas que busquem aperfeiçoar o uso dessas substâncias podem trazer avanços consideráveis para a biotecnologia de liquens. Portanto, a utilização destes recursos vislumbrando a bioprospecção de metabólitos liquênicos no PARNA Catimbau é considerada viável.