Análise filogenética e evolução cariotípica de Ameroglossum (Eb.Fisch., S.Vogel & A.V.Lopes) (Linderniaceae) e gêneros relacionados
Heterocromatina, número cromossômico, filogenia, Catimbaua, Isabelcristinia, Cubitanthus.
O gênero Ameroglossum é endêmico do Nordeste brasileiro, sendo
ecologicamente restrito a ambientes de afloramento rochoso. É composto atualmente
por nove espécies e morfologicamente associado aos gêneros Catimbaua, Cubitanthus e
Isabelcristinia, todos pertencentes a família Linderniaceae. Embora Ameroglossum
ainda possuísse seu posicionamento familiar incerto. Investigamos os números
cromossômicos de 14 espécies de Linderniaceae com ênfase em Ameroglossum,
analisamos a distribuição de heterocromatina e sítios de rDNA 5S e 35S para a maioria
das espécies. E avaliamos as relações filogenéticas de Ameroglossum à nível familiar,
genérico e intragenérico, com base em loci plastidiais (matK e rps16) e nuclear (ITS).
As análises cariotípicas mostraram que Ameroglossum, Catimbaua e Isabelcristinia
possuem 2n=60, com exceção de A. genaroanum com 2n=64. Já Cubitanthus alatus
possui 2n=50 e Torenia thouarsii e Vandellia diffusa 2n=28. Todas elas possuem
cromossomos pequenos semelhantes e sítios de rDNA 5S e 35S sobrepostos com
bandas CMA + . As análises filogenéticas mostraram que o gênero Ameroglossum está
posicionado dentro de Linderniaceae, formando um clado fortemente suportado com
Cubitanthus e Stemodiopsis. Porém, Ameroglossum não é um gênero monofilético,
devido ao posicionamento de Catimbaua e Isabelcristinia entre suas espécies. Com
nossos resultados podemos sugerir que as espécies dos gêneros Catimbaua e
Isabelcristinia deveriam ser sinonimizadas como Ameroglossum, e que o clado
Ameroglossum + Cubitanthus + Stemodiopsis poderia ser reconhecido como uma nova
subfamília de Linderniaceae, tendo em vista sua distinção morfológica, cariotípica,
ecológica e filogenética.