ESTUDO MORFOFISIOLÓGICO DE TECIDOS CONDUTORES SECUNDÁRIOS EM ESPÉCIES SOB DIFERENTE DISPONIBILIDADE HÍDRICA NA CAATINGA
Tecidos condutores, Semiárido, Mudanças Climáticas, Xilema, Floema.
Espécies que ocorrem em ambientes secos podem ajustar seu comportamento morfofisiológico, adotando estratégias mais conservadoras ou aquisitivas. Assim, espécies distribuídas em um gradiente de disponibilidade hídrica podem apresentar fenótipos diferentes em função das condições a que são submetidas. Tecidos foliares e vasculares estão fortemente relacionados a essas mudanças e às estratégias de eficiência do uso da água, afetando a aptidão do indivíduo e a distribuição das espécies. Com o objetivo de identificar se e como leguminosas variam com a disponibilidade hídrica na Caatinga, realizamos um estudo anatômico de folhas, caules e raízes de sete espécies. As análises realizadas apontam raízes como órgãos mais conservadores e seguros. Além disso, cascas mostraram-se mais estáveis que madeira, com menos atributos variando devido às chuvas. Indivíduos que ocorrem em parcelas mais úmidas apresentam caracteres foliares mais conservadores. Essas mudanças não estão relacionadas à abundância de espécies, o que sugere que populações ou indivíduos já submetidos a condições mais severas são mais vulneráveis a eventos de seca do que aqueles com maior disponibilidade de água. Os resultados demonstram alta adaptação das espécies às condições ambientais e sugerem que pequenas mudanças podem fornecer aumento suficiente de eficiência e/ou tolerância ao estresse. Nossos resultados demonstram o risco de conservação dessas espécies, uma vez que as condições adversas inerentes às florestas tropicais sazonalmente secas devem ser agravadas pelas mudanças climáticas de origem antropogênica.