SUSCETIBILIDADE, VULNERABILIDADE E MAPEAMENTO PARTICIPATIVO DE RISCO A ESCORREGAMENTOS: FERRAMENTAS PARA UMA GESTÃO RESILIENTE
Movimentos de Massa. Gestão de Riscos. Mapeamentos. Região Metropolita do Recife (RMR).
Diante do contexto de recorrentes desastres no Brasil, sobretudo em períodos de chuvas intensas, tornaram-se necessárias medidas para a redução dos riscos. Nesse cenário, o conceito de resiliência tem sido discutido como um novo modelo de conceber a prevenção de desastres. Assim, marcos e políticas públicas são agora pensados priorizando a atuação da comunidade, as quais deixam de ser passivas às decisões gestoras tornando-se agentes de sua própria segurança. O objetivo principal desta pesquisa consistiu em avaliar, conjuntamente, a suscetibilidade, a vulnerabilidade física e social e o grau de risco a escorregamentos no bairro dos Estados, município de Camaragibe (PE). Especificamente, objetivou-se: avaliar o papel dos parâmetros geomorfológicos do relevo na deflagração dos escorregamentos; delimitar setores de vulnerabilidade e de risco; elaborar ficha de risco participativa e; propor um conjunto de ações mitigatórias não estruturais e estruturais visando ações de resiliência. A avaliação da suscetibilidade foi realizada por meio de parâmetros morfométricos, uso do modelo matemático SHASLTAB e cálculo do índice Concentração de Escorregamentos (CE). A setorização das áreas de vulnerabilidade e risco deu-se por meio de alguns critérios (trabalhos decampo, interpretação de imagens de satélite, entre outros). A vulnerabilidade foi avaliada a partir de ficha de campo e o mapeamento de risco ocorreu a partir de abordagem participativa (graus de risco estabelecidos pelos próprios moradores). Por fim, a elaboração de modelo mitigatório estrutural e não estrutural foi baseado no Marco de Sendai. Os resultados indicaram uma Concentração de Escorregamentos (CE) a oeste do bairro em encostas íngremes, côncavas, orientadas para Norte e para Sudeste e em colinas dissecadas. Foram mapeados três setores com vulnerabilidade média, três com vulnerabilidade alta e um setor com vulnerabilidade muito alta. O mapeamento participativo demonstrou relações afetivas e resilientes com a área por parte dos entrevistados, visto que apenas um setor foi classificado com risco baixo, quatro setores com risco médio, um com risco alto e um com risco muito alto. Esse estudo poderá fornecer subsídios para um modelo de resiliência em áreas precariamente ocupadas, auxiliando na preparação e no planejamento de gestão de riscos.