Banca de DEFESA: CLEONÚSIA BATISTA LEITE DE VASCONCELOS

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : CLEONÚSIA BATISTA LEITE DE VASCONCELOS
DATA : 23/02/2022
HORA: 14:00
LOCAL: videoconferência
TÍTULO:

PROJETO SÍFILIS NÃO: EFEITOS NA SÍFILIS CONGÊNITA EM PERNAMBUCO


PALAVRAS-CHAVES:

Sífilis Congênita; Política de Saúde; Avaliação em Saúde; Análise Espacial; Qualidade da Assistência à Saúde; Colaboração Intersetorial.


PÁGINAS: 109
RESUMO:

Em pleno século XXI, a sífilis ainda se apresenta como um agravo mundial sem controle, com maiores taxas de incidência em localidades mais pobres. A incidência da sífilis congênita é considerada um importante preditor da qualidade do pré-natal no país. A doença é transmitida sexualmente causando maiores danos às gestantes e seus conceptos, e pode provocar abortos, natimortos, e sequelas nos nascidos vivos. O Brasil e, especialmente o estado de Pernambuco, que possui taxa de incidência da doença acima da média registrada em todo o país, enfrenta uma reemergência da doença. Diante disto, a dissertação contempla um estudo que apresenta a análise da implantação do projeto “Sífilis Não” no estado de Pernambuco nos municípios contemplados (Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Igarassu, São Lourenço da Mata, Cabo de Santo Agostinho e Camaragibe). Adicionalmente, também é feita uma análise exploratória e espacial da taxa de incidência de sífilis congênita nestes municípios a curto prazo, antes e após o início do projeto. Através de geoprocessamento foi realizada análise espacial e temporal da incidência de sífilis em todo o estado de Pernambuco dos anos de 2010 a 2019. As taxas de incidência de sífilis foram agrupadas em quartis por municípios. Desta análise, verificou-se que a incidência das taxas de sífilis adquirida, em gestante e congênita estavam em tendência de crescimento no Estado. Entre este período, houve interiorização da doença no Estado, e as maiores taxas de incidência foram registradas nas Macrorregiões Metropolitana, Agreste e Sertão. Existia uma relação inversa de maior detecção da sífilis congênita que em gestantes, fato que só reverteu a partir de 2018. A correlação espacial foi analisada entre os anos de 2017 e 2019 pelo índice de Moran Global e Local e comprovada a dependência espacial entre os municípios. Foram identificados municípios críticos na incidência de sífilis. Foi construído um modelo lógico da intervenção composto de quatro eixos: Cuidado Integral, Educomunicação, Gestão e Vigilância. Todos os municípios foram submetidos a uma matriz avaliativa de pontuações sobre a implantação do projeto, baseada nas estratégias do modelo lógico e elaborada a partir da resposta de questionários aplicados aos apoiadores territoriais do Ministério da Saúde. Os padrões estipulados para cada indicador foram classificados em quatro estágios em intervalos de valores determinados por quartis: adequado (>75%), aceitável (50-74%), insatisfatório (25-49%) e crítico (<25%). Os municípios que obtiveram classificação de grau de implantação adequado foram: Recife (88,04%), Olinda (77,17%), Jaboatão (78,26%), Igarassu (86,95%), São Lourenço da Mata (80,43%) e Cabo (78,26%). Camaragibe foi classificado como aceitável com 72,82%. Somente três municípios obtiveram redução na sífilis congênita à curto prazo de 2017 para 2019, eles foram: Olinda (redução de 41%), São Lourenço da Mata (redução de 6,8%) e Igarassu (redução de 63,2%). O restante teve um aumento: Recife (aumento de 159,2%), Jaboatão (aumento de 3,8%), Cabo (aumento de 14,0%) e Camaragibe (aumento de 31,5%). Dentre os quatro eixos de atenção, o que apresentou menor quantidade de respostas padrão foi o cuidado integral, que traduz a necessidade de envidar esforços na garantia do diagnóstico e tratamento em tempo oportunos. Não foi possível correlacionar os efeitos das ações realizadas com os resultados diretos a curto prazo na redução da sífilis congênita. Ampliar a oferta de diagnóstico através de testagem rápida e tratamento oportuno descentralizados requer um esforço coletivo com planejamento intersetorial das estratégias de enfrentamento para esta doença. Estudos futuros são necessários para melhor identificação das limitações dos serviços de saúde no manejo e controle da sífilis.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - ADRIANO BUENO TAVARES
Interna - 2226921 - ADRIANA FALANGOLA BENJAMIN BEZERRA
Externa ao Programa - 2379737 - MECCIENE MENDES RODRIGUES
Notícia cadastrada em: 14/02/2022 12:34
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