ANÁLISE ESPAÇO-TEMPORAL DA MORTALIDADE NAS PRIMEIRAS 24 HORAS DE VIDA E SUA EVITABILIDADE NO ESTADO DE PERNAMBUCO, 2000-2019.
Mortalidade neonatal precoce. Estatísticas Vitais. Análise Espaço-Temporal. Política de Saúde.
Como objetivo de analisar o padrão espaço-temporal da mortalidade nas primeiras 24 horas no estado de Pernambuco no período de 2000 a 2019 a presente dissertação se desdobrou em quatro artigos. Foram incluídos todos os óbitos nas primeiras 24 horas de vida e por causas evitáveis no estado de Pernambuco registrados no Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde. O primeiro artigo de caráter teórico e metodológico a respeito do Modelo Autorregressivo Integrado de Médias Móveis e sua aplicabilidade na mortalidade infantil. Teve como principais resultados a modelagem da série temporal da mortalidade infantil no Brasil como ilustrativa do passo a passo do método, o qual também foi ilustrado por meio de fluxograma. O segundo artigo do tipo transversal descritivo analisou os fatores associados e causas evitáveis para o óbito ocorrido nas primeiras 24 horas de vida. Classificou-se a evitabilidade dos óbitos pela Lista Brasileira de Causas de Mortes Evitáveis por Intervenções do Sistema Único de Saúde. Os óbitos poderiam ter sido reduzíveis por adequada atenção à mulher no período gravídico, o que representa uma proporção de 40,53% (n=5.513) do total de óbitos e evidencia que é necessário investir nos cuidados prestados em todos os ciclos que perpassam o nascimento, principalmente no pré-natal e parto. O terceiro artigo objetivou analisar os padrões espaciais da mortalidade nas primeiras 24 horas de vida e causas evitáveis no estado de Pernambuco nos decênios de 2000-2009 e 2010-2019. Os resultados descreveram que a varredura espacial identificou o aumento de clusters para o segundo decênio para as taxas analisadas. Esse incremento evidencia aumento de áreas vulneráveis e que demandam ações estratégicas para redução da mortalidade prematura. O quarto artigo analisou a série temporal e estimou a tendência das taxas de mortalidade nas primeiras 24 horas de vida e por causas evitáveis em Pernambuco no período de 2000 a 2019. Os resultados do estudo mostraram que os gráficos das duas séries analisadas descrevem comportamento irregular e que na previsão que as taxas apresentam tendência crescente para os anos de 2020 a 2025. Esse resultado retoma a importância de estudos que analisam a tendência para que assim otimize a assistência em saúde e reorganize as redes de atenção, racionalizando os recursos e diminuindo as mortes tão precoces.