PPGC-CCM PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIRURGIA - CCM CENTRO DE CIENCIAS MEDICAS - CCM Telefone/Ramal: Não informado

Banca de DEFESA: ALESSANDRA PAULA DE MELO CALADO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ALESSANDRA PAULA DE MELO CALADO
DATA : 20/02/2023
HORA: 17:00
LOCAL: VIDEO CONFERENCIA
TÍTULO:

AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO MOTORA EM PACIENTES COM ATROFIA MUSCULAR ESPINHAL TIPO III ATRAVÉS DE ESCALAS PADRONIZADAS E SUA CORRELAÇÃO COM O ÍNDICE DE ALTERAÇÃO DA MARCHA E COM A PONTUAÇÃO DO PERFIL DA MARCHA.


PALAVRAS-CHAVES:

Atrofia Muscular Espinhal (AME), alteração genética, proteína de sobrevivência do neurônio motor (SNM)


PÁGINAS: 42
RESUMO:

As últimas duas décadas foram marcadas pelo avanço mundial das pesquisas sobre a Atrofia Muscular Espinhal (AME) à medida que a descoberta das bases moleculares e genéticas da doença impulsionou a busca por novas perspectivas de tratamento clínico e reabilitação1–5. A AME é uma enfermidade hereditária de padrão autossômico recessivo caracterizada pelo acometimento dos neurônios motores localizados na medula espinhal e tronco cerebral resultando em fraqueza muscular e atrofia progressiva6 . Estima-se uma incidência de 1 a cada 6 a 10 mil nascidos vivos e que cerca de 1 a cada 40 a 60 adultos assintomáticos possui a alteração genética podendo transmiti-la a seus filhos 7 . A pessoa afetada apresenta uma alteração homozigótica ou heterozigótica composta (alterações bialélicas) do gene de SMN1 localizado no cromossomo 5q responsável pela codificação da proteína de sobrevivência do neurônio motor (SNM), levando a distúrbios de crescimento e desenvolvimento neuroaxonal2,8. Uma pequena concentração da proteína SMN disfuncional é produzida pelo gene SMN2, um homólogo quase idêntico ao SMN1, cujo número de cópias está relacionado com o prognóstico da doença9,10 . O quadro clínico da AME é bastante variado e sua classificação é baseada no acometimento motor, com fenótipos diversos divididos em quatro tipos de acordo com a idade de início dos sintomas, funcionalidade e gravidade11,12. A fraqueza muscular é usualmente simétrica e predominantemente proximal13. Pacientes do tipo I apresentam grave hipotonia muscular observada antes dos seis meses de idade e ausência de controle cervical, os pacientes com tipo II demonstram fraqueza antes dos 18 meses, podem sentar-se, mas não conseguem manter ortostatismo e realizar marcha. Pessoas com AME tipo III normalmente atingem todos os principais marcos motores, bem como a marcha independente. Alguns podem precisar de assistência em cadeira de rodas na infância, enquanto outros podem continuar a caminhar e ter vidas adultas produtivas com fraqueza muscular menor. AME tipo IV são aqueles pacientes com início de sintomas na idade adulta (> 18 anos) e curso leve, são capazes de andar na idade adulta e dificilmente apresentam problemas respiratórios e nutricionais14,15 . Dentre os casos de AME, a incidência de tipo III é cerca de 30% e o início dos sintomas ocorrem após 18 meses até a vida adulta. Por definição, são pacientes que 5 conseguem ficar em pé ou andar sem apoio, embora muitos percam essas habilidades posteriormente com a progressão da doença16 . Os pacientes com AME III foram subdivididos em 2 grupos, de acordo com o início dos sintomas, sendo AME IIIa, aqueles com um início de fraqueza muscular antes de 3 anos, e AME IIIb após essa idade15. Os sintomas mais comuns apresentados são quedas, dificuldade para subir escadas e outras características de fraqueza proximal. É comum apresentar compensações durante a marcha devido à fraqueza muscular, assim, alguns pacientes são capazes de continuar a deambular apesar da progressão da doença13 . Atualmente novos fenótipos da doença estão sendo descritos graças aos avanços dos estudos moleculares desta condição, que culminaram com o surgimento de terapias atuantes no principal modificador da gravidade do quadro, o gene SMN2. No horizonte terapêutico da AME, alguns fármacos estão sendo administrados como modificadores do SMN2 de uso oral, fármacos neuro protetores e a terapia gênica em dose única intravenosa com vetores virais1–4 . Diante desse novo cenário, torna-se importante selecionar medidas apropriadas para monitorar o curso da AME, desde a avaliação até o acompanhamento das mudanças nas habilidades motoras, auxiliando também a identificar os resultados dos programas de saúde e tratamentos com medicamentos17 . Um dos instrumentos utilizado é a Medida de Função Motora (MFM), um teste que possibilita a avaliação, de modo abrangente, das disfunções motoras, por meio de 32 itens classificadas em três dimensões (D1: posição de pé e transferências, D2: função motora axial e proximal e D3: função motora distal)18. Sendo, portanto, uma interessante ferramenta para uso em amplo espectro das doenças neuromusculares, desde aquelas com predomínio em cinturas até as distais. A MFM está adaptada a pacientes com capacidade de andar e àqueles com restrições parcial ou total da marcha19 . Outra ferramenta para avaliação da motricidade amplamente utilizada em pacientes com AME tipo II e III é a Hammersmith Functional Motor Scale Expanded (HFMSE)20. A HFMSE é utilizada internacionalmente na área clínica prática, em ensaios clínicos e para documentar a história natural da AME e as trajetórias do curso da doença21–24 . Uma outra alternativa de avaliação para pacientes deambuladores é a análise computadorizada da marcha25. A relevância clínica desse instrumento motivou os pesquisadores a desenvolver índices quantitativos capazes de sintetizar os dados obtidos por meio dessa complexa ferramenta, facilitando sua compreensão26. Entre esses índices, 6 o índice de alteração da marcha (Gait Deviation Index – GDI) e a pontuação do perfil da marcha (Gait Profile Scale – GPS) são medidas globais de variabilidade da marcha e são as mais sensíveis para detectar as alterações clinicamente relevantes da marcha de crianças com distúrbios neurológicos e ortopédicos26,27 . O GDI fornece de forma efetiva e quantitativa uma impressão geral da qualidade da marcha através de uma escala numérica que permite, por exemplo, verificar a eficácia de resultados de intervenção e traçar novas condutas clínicas27. O GPS, proposto por Baker et al (2009), é uma compilação da média da raiz quadrada das nove pontuações variáveis de marcha (Gait Variable Score - GVS) que é capaz de descrever melhor as medidas específicas de variabilidade e quantificar o grau de comprometimento da deambulação28 . A observação clínica da marcha em pessoas com desordens neuromusculares sugere que várias compensações podem ocorrer, porém dados clínicos e quantitativos sobre a marcha em pacientes com doenças neuromusculares são escassos29. Até o presente momento, não existem estudos que correlacione a função motora com esses índices da marcha em pacientes com AME tipo III. Frente ao exposto, o presente estudo pretende analisar a função motora através de escalas padronizadas (MFM e HFMSE) e correlacionar com o índice de alteração da marcha e com a pontuação do padrão da marcha em indivíduos com Atrofia Muscular Espinhal tipo III atendidos no Rarus, Centro de Referência em Doenças Raras de Pernambuco

 

 

 

OBJETIVOS 2.1 Objetivo geral Avaliar a função motora em pacientes com AME tipo III através de escalas padronizadas (MFM e HMFSE) e correlacionar com o GDI e com a GPS. 2.2 Objetivos específicos (i) Quantificar o GDI e a GPS em pacientes com AME tipo III; (ii) Quantificar a função motora através das escalas MFM e HFMSE em pacientes com AME tipo III; 7 (iii) Verificar a correlação entre as escalas motoras MFM e HFMSE em pacientes com AME tipo III. (iv) Verificar a correlação entre o GDI e a GPS em pacientes com AME tipo III. 3. MÉTODOS 3.1 Desenho do estudo Trata-se de uma pesquisa de corte transversal, descritivo e analítico. 3.2 Local e período do estudo As coletas do presente estudo estão sendo realizadas no Rarus - Centro de Doenças Raras de Pernambuco e no Laboratório de Análise do Movimento do Instituto Rolim. As coletas foram iniciadas em junho de 2021 e vem ocorrendo até o presente momento.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2257155 - EPITACIO LEITE ROLIM FILHO
Interno - 3315617 - ESDRAS MARQUES LINS
Externa à Instituição - FERNANDA CAMILA FERREIRA DA SILVA CALISTO
Notícia cadastrada em: 14/02/2023 08:33
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