BIOMARCADORES METABÓLICOS DE CARDIOTOXICIDADE POR ANTRACÍCLICOS
cardiotoxicidade, gordura epicárdica, linfoma
O câncer e a doença cardiovascular são as principais causas de morte no mundo, e a gordura corporal apresenta íntima relação com ambas. Porém o comportamento da gordura durante e após o tratamento quimioterápico em pacientes com linfoma carece de estudos na literatura. Este estudo, prospectivo, observacional e analítico, avaliou as gorduras epicárdicas, abdominal visceral, subcutânea abdominal e a captação miocárdica em imagens de tomografia computadorizada associada a tomografia por emissão de pósitrons com fluordeoxiglicose (18F-FDG PET/CT) antes durante e após o tratamento quimioterápico e compararou com a queda da função ventricular pelo strain longitudinal global (SLG). Foram acompanhados 28 pacientes dos quais 7 (25%) apresentaram queda do SLG com critério de cardiotoxicidade (CTX). Ao final do tratamento, os pacientes apresentaram em mediana, ganho das gorduras: epicárdica em 17,9 mL (IC 95%10,3 a 29,1 p = 0,001), visceral em 336mL (IC95% 111,5 a 565,6 p = 0,005) e subcutânea em 598,8 mL (IC 95% 207 a 1041,9 p = 0,005). Os pacientes com CTX apresentaram relativamente maior ganho de gordura epicárdica que tecido subcutâneo, enquanto os pacientes sem CTX apresentaram menor ganho de gordura epicárdica que subcutânea 1,17 (IQ 25-75 1,114 a 1,387) vs 0,93 (IQ 25-75 0,637 a 1,083) p = 0,006, respectivamente. Este achado levanta a hipótese que a gordura epicárdica pode estar relacionada ao desenvolvimento de CTX.