AVALIAÇÃO BIOMECÂNICA DOS PACIENTES COM FRATURAS DO TORNOZELO ASSOCIADAS A LESÃO DOS LIGAMENTOS DA SINDESMOSE SUBMETIDOS A TRATAMENTO CIRÚRGICO
Fratura do Tornozelo; Avaliação Tridimensional da Marcha; Sindesmose
Introdução: As fraturas do tornozelo são lesões comuns e ainda desafiadoras no dia-dia do ortopedista, e quando vem associadas a lesão da articulação tíbio-fibular distal (sindesmose), aumentam as chances de algum tipo de sequela, mesmo quando tratadas corretamente. Os métodos diagnósticos por imagem são armas que auxiliam tanto no pré como no pós-operatório dessas lesões. A avaliação tridimensional dos pacientes no laboratório de marcha é um método diagnóstico que vem ganhando espaço nas várias patologias ortopédicas e, no caso das fraturas do tornozelo, pode detalhar com mais precisão o grau de limitação que a articulação pode apresentar.
Objetivo: Mostrar a importância do estudo da marcha em laboratório no pós-operatório das fraturas do tornozelo associadas a lesões dos ligamentos da sindesmose, aumentando o arsenal de avaliação se a conduta e o resultado cirúrgico foram satisfatórios, não ficando limitado apenas aos resultados radiográficos, tomográficos, de ressonância e aplicação de questionários subjetivos.
Métodos: Foi utilizado um estudo prospectivo longitudinal de 13 pacientes submetidos a tratamento cirúrgico das fraturas do tornozelo associada a lesão da sindesmose, no laboratório de marcha do Instituto Rolim, ondeforam coletados dados temporais, clínicos, exame físico dos membros inferiores e, principalmente, dados cinéticos e cinemáticos através de sistema tridimensional de movimento com uso do programa Hardware BTS GAITLAB.
Resultados: foram 9 pacientes do sexo feminino (69,23%) e 4 do sexo masculino, com uma média de idade de 45 anos (variando de 19 a 64 anos). Os pacientes possuíam uma escala AOFAS que variou entre 78 e 96 (média de 90). Aconteceram alterações em alguns parâmetros da marcha, sendo os mais evidentes o comprimento da passada, diferença na extensão do tornozelo e o ângulo de progressão do pé. Os ângulos estáticos que mais demonstram alterações foramângulo de progressão do pé.
Conclusão: no final do estudo ficou definido um padrão de marcha nos pacientes com fratura do tornozelo associada a lesão da sindesmose, com algumas limitações em parâmetros cinéticos e cinemáticos. Também foi observado comparativamente ao lado contralateral sadio, algumas limitações estáticas e dinâmicas, mesmo em técnicas e características de implantes diferentes.