ANÁLISE DOS PARÂMETROS CLÍNICOS E ULTRASSONOGRÁFICOS DE MULHERES COM ENDOMETRIOSE PROFUNDA
Palavras-chave: Endometriose profunda; Ultrassonografia transvaginal; Preparo intestinal; Dor pélvica; Infertilidade, Saúde pública.
Introdução: Endometriose é uma doença que acomete 10% das mulheres em idade reprodutiva. A forma profunda, espectro mais grave, ocorre quando o tecido semelhante ao endométrio, infiltra tecidos abaixo da superfície peritoneal ou a camada muscular de órgãos como o intestino, o ureter, a bexiga ou a vagina. As portadoras de endometriose profunda (EP) costumam apresentar sintomas álgicos e infertilidade, que são agravados com o diagnóstico tardio. A ultrassonografia pélvica endovaginal com preparo intestinal (USGTVP) é capaz de mapear e caracterizar as lesões com alta precisão, inclusive no compartimento extraperitoneal. Objetivo: Analisar o perfil clínico, epidemiológico e a distribuição anatômica das lesões em pacientes portadoras de EP diagnosticadas através da USGTVP. Método: Estudo transversal, prospectivo, que analisou 227 pacientes com diagnóstico ultrassonográfico de endometriose profunda. Resultados: Infertilidade acometeu 43,8% das pacientes. Sintomas álgicos considerados como moderado ou grave (Escala Visual Analógica, EVA ≥ 3) apresentaram a seguinte prevalência: dismenorreia em 84,7%, dispareunia em 69,1%, disquezia menstrual em 60,7% e disúria menstrual em 35,7% das pacientes. Antecedente de múltiplas cirurgias ocorreu em 10,4 % e apenas 6,8 % das portadoras haviam realizado fisioterapia para assoalho pélvico. A distribuição dos locais acometidos por lesões endometrióticas ocorreu da seguinte forma: 87,6% no espaço retrocervical, 54,0% no intestino, 35,0% do espaço retrouterino, 29,1% no espaço retovaginal, 6,7% na bexiga, 13,7% na vagina e 1,3% no ureter. Endometrioma estava presente em 44,9% das pacientes. Conclusão: Dismenorréia, dispareunia e disquezia mestrual foram os sintomas mais prevalentes. O acometimento da região retrocervical estava presente na grande maioria das pacientes com EP. O frequente acometimento intestinal reforça a necessidade de avaliação multidisciplinar, em especial do coloproctologista. A alta prevalência de pacientes com múltiplas abordagens sinaliza que ainda existe distância entre realidade as orientações dos consensos mundiais. Este estudo, ao selecionar a amostra estudada com base em critérios diagnósticos ultrassonográficos, abre horizonte para uma nova forma de metodologia de análise das pacientes com EP, capaz de aproximá-la da população geral.
Palavras-chave: Endometriose profunda; Ultrassonografia transvaginal; Preparo intestinal; Dor pélvica; Infertilidade, Saúde pública.