Banca de DEFESA: ANGÉLICA PEREIRA SOARES

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ANGÉLICA PEREIRA SOARES
DATA : 30/05/2022
HORA: 10:00
LOCAL: https://meet.google.com/dya-dqiw-boz
TÍTULO:

Resistir para existir: o organizar político dos entregadores de plataformas digitais.


PALAVRAS-CHAVES:

Organizar político. Resistência. Mobilização coletiva. Entregadores. Plataformas digitais. Epistemologias do sul.


PÁGINAS: 239
RESUMO:

Em um contexto envolvendo uma força de trabalho geograficamente dispersa, sob demanda,
altamente dependente das plataformas de entrega como única opção de renda e imersos na
ideologia do empreendedor de si, ações de resistência e movimentos de organização política
parecem menos prováveis do que várias formas de individualismo. No entanto, durante a
pandemia de Covid-19, os entregadores organizaram no Brasil quatro paralisações nacionais,
denominadas de Breque dos Apps, foram criadas cooperativas e coletivos de luta como forma
de reivindicar melhores condições de trabalho ou para criar outros modos de trabalho por fora
das plataformas digitais. Nesse sentido, o objetivo dessa dissertação consiste em compreender
a construção do organizar político dos entregadores que atuam subordinados às plataformas
digitais. As premissas das Epistemologias do Sul (SANTOS, 2010a, 2019) me guiaram para
traduzir as experiências organizativas silenciadas e os movimentos de resistência emergentes
construídos de baixo para cima pelos próprios entregadores e entregadoras. Para tanto, realizei
uma pesquisa netnográfica, por meio da qual busquei articular o conhecimento científico ao
conhecimento artesanal. Os instrumentos utilizados para a coleta dos saberes foram a
observação participante e entrevistas narrativas e a análise se baseou na hermenêutica diatópica
(SANTOS, 2002). Os achados indicam um organizar autonomista, emergente e plurifacetado,
são diferentes saberes, temporalidades e modos que constituem esse organizar, que podem
tomar a forma de cooperativas, associações, coletivos autogestionados e movimentos que
surgem sem uma estrutura definida, em que os contornos vão se desenhando ao longo do
processo de luta. Os modos de organizar identificados trazem luz sobre os movimentos políticos
de trabalhadores usualmente considerados despolitizados e sub-representados pelas
organizações políticas tradicionais. O estudo contribui para evidenciar a capacidade de ação e
de articulação dos coletivos pesquisados, muitas vezes, ignorados por serem pequenos e locais,
além de descrever formas emergentes de resistir e organizar dos trabalhadores inseridos no
capitalismo de plataforma.

 


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1204952 - DEBORA COUTINHO PASCHOAL DOURADO
Interno - 031.684.994-47 - DIOGO HENRIQUE HELAL - FBV
Externo à Instituição - SÉBASTIEN ANTOINE
Notícia cadastrada em: 26/05/2022 21:39
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