PALAVRAS E IMAGENS: Um estudo acerca da subjetivação no processo de
escolha pelos professores orientadores
Subjetivação; Agenciamento; Devir Professor
Vigotski (2000) já defendia que a aprendizagem depende em parte da relação entre os
professores, os alunos e o saber, todavia existem outras variáveis que interferem nestas
relações. Adentrando o ambiente universitário, considera-se que durante a graduação os
estudantes são perpassados por inúmeras linhas de subjetivação (FOUCAULT, 2010), que
estão presentes durante toda a vida deles. Assim sendo, após um diagnostico que
aproximadamente 86% das pesquisas desenvolvidas até o momento, num curso de
Matemática-Licenciatura, seguiam a linha de pesquisa ou atuação dos professores
orientadores (SILVA, 2017), almejamos entender como se dá a escolha dos professores
orientadores por parte dos graduandos. Em consequência, esta pesquisa buscou investigar
a subjetivação no processo de escolha pelo professor orientador no curso de MatemáticaLicenciatura, de uma instituição pública federal. Procuramos desemaranhar algumas das
enredadas linhas de forças, observando e identificando no discurso dos graduandos, como
ocorre a relação dos sujeitos da pesquisa com os professores orientadores, e como os
desejos e agenciamentos perpassaram esses graduandos nesse momento (DELEUZE,
2011; DELEUZE, GUATTARI 2011; ROLNIK, 2011). Imersos na Filosofia da Diferença,
por meio de uma Cartografia Existencial, identificamos que ainda está enraizado em nossa
sociedade a ideia do professor como uma figura de autoridade, detentora do saber, ideal
a ser alcançado ou seguido. Dada essa postura, buscamos também desmistificar essa
busca, abordando o Devir professor (DELEUZE; GUATTARI, 2012). Este estudo nos
permitiu observar os sujeitos, as afetações, os agenciamentos, os desejos e desmistificar
a ideia de que subjetividade seja um tipo de “recipiente”, a princípio, vazio em que vamos
preenchendo com coisas exteriores as quais seriam “interiorizadas” por nós (GUATTARI;
ROLNIK, 1999). Reforçando que aprendizagem é agenciamento, aprendizagem é rizoma,
é mapa. (DELEUZE; GUATTARI, 1995)