ESTUDO DA VENTILAÇÃO NATURAL E CONFORTO TÉRMICO EM ARRANJOS DE EDIFICAÇÕES
Conforto térmico. Mecânica de Fluidos Computacional. Ventilação Natural. OpenFOAM. Temperatura.
O Brasil é um país de clima predominantemente quente, portanto, métodos de obtenção de ventilação natural devem ser considerados como meio de se obter conforto térmico de ambientes. O presente trabalho, tem como proposta investigar a ventilação natural e o conforto térmico de arranjos de edificações, fazendo uso da Mecânica dos Fluidos Computacional. Para isso será utilizado o software OpenFOAM. Serão analisados tanto os fluxos quanto as variáveis de temperatura, em uma única simulação acoplada, onde os campos de velocidade, pressão e temperatura são resolvidos. Foram analisados quatro solver’s, sendo dois nativos do próprio OpenFOAM, e dois adaptados para resolver as equações de energia sem a consideração de efeitos de convecção natural. Para validação dos códigos foram analisados problemas tridimensionais utilizando-se o modelo de turbulência k- ε padrão. Posteriormente, foi realizada a análise de arranjos de edificações, em modelos bidimensionais e tridimensionais. Inicialmente analisou-se um arranjo bidimensional de três geometrias variando o distanciamento entre elas como também a inclinação do solo, finalmente um modelo tridimensional de um projeto típico de residência do programa Minha casa, minha vida, inserida em um arranjo de edificações simulando um conjunto habitacional, variando-se a posição da residência. No caso dos arranjos bidimensionais, de forma geral, observou-se que as casas a sota-vento tiveram menores vazões e maiores temperaturas, em alguns casos 88% menos vazão de ar em relação a primeira, e temperaturas médias internas consideravelmente maiores, tendo o caso de maior diferença +9,4k em relação a casa a barlavento. Porém observou-se que aumentar o distanciamento e inclinação do solo diminuiu consideravelmente essas diferenças, tendo o caso mais afastado e mais inclinado, uma diferença máxima de 18% na vazão, e uma diferença de temperatura máxima de 4,8K. Na análise do modelo padrão Minha casa, Minha vida, foi possível observar que alguns cômodos obtiveram desconforto térmico para o frio, causado pelas velocidades de vento, principalmente na casa a barlavento. As casas a sota-vento tiveram menos cômodos como desconforto para o frio, ficando a maioria dos ambientes dentro das faixas de conforto térmico.