Banca de DEFESA: REBECA KRAMER DA FONSECA CALIXTO

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : REBECA KRAMER DA FONSECA CALIXTO
DATA : 10/12/2021
HORA: 09:00
LOCAL: REMOTO
TÍTULO:

SERVIDORES PÚBLICOS E NOVAS FORMAS DE RELAÇÕES LABORAIS EM TEMPOS DE INCERTEZA


PALAVRAS-CHAVES:

incerteza; temporalidades; servidores públicos federais; desregulamentação; tensões laborais


PÁGINAS: 215
RESUMO:

O presente trabalho se debruça sobre as percepções e as reações de servidores públicos federais em resposta aos fenômenos manifestos em um contexto mundial de paradigma neoliberalizado, o que se percebe por meio da tendência às privatizações das atividades estatais, das retiradas de benefícios trabalhistas, da redução da máquina pública ao que se denomina de estado mínimo e da maximização do individualismo, elevando os sujeitos a um patamar de “empresários de si mesmos”. Quando se fala em administração pública, reduto de segurança e tranquilidade, onde os riscos praticamente inexistem em virtude de um status conferido pelo próprio Estado, considerando a estabilidade dos cargos públicos, parece contraditório pensar a categoria da incerteza – e todo o campo semântico que a permeia – como frutífera para uma pesquisa antropológica. Nesse momento específico da história política brasileira, com o presidente Jair Bolsonaro no poder, seguindo uma onda global de conservadorismo “nos costumes”, embora caracterizado pela abertura “ao capital”, notadamente sob a influência do ministro da Economia, Paulo Guedes, os servidores públicos experimentam certas mudanças no serviço público que, de uma forma ou de outra, colaboram para moldar suas subjetividades e seu senso de temporalidades. Os relatos biográficos foram o principal suporte para a construção da metodologia deste trabalho, por meio do qual os servidores públicos externaram seus sentimentos. Por um lado, em função da percepção de desmantelamento da administração pública, da liquidez dos laços sociais, da descrença em um governo cuja religião encontra lugar de privilégio em sua governamentalidade e, ainda, da possibilidade de repetição de um passado traumático, quando o governo Fernando Collor demite inúmeros funcionários públicos. Nos espaços sociais da ESAF/PE, da SAMF/PE e da PRFN 5ª Região, os servidores do antigo Ministério da Fazenda puderam revelar, de um lado, essa perspectiva mais voltada ao medo e à ansiedade de um futuro indesejado; por outro lado, a pesquisa também mostrou a perspectiva otimista de servidores públicos em relação às formas de gerir do governo federal. Na realidade, eles compreendem o governo Bolsonaro como um marco para mudanças ideais na administração pública, rejeitando a corrupção inerente ao passado petista. Assim, as incertezas advindas do governo com a gestão mercadológica do (neo) li- beral Paulo Guedes, gerindo a pasta da Economia, são encaradas como alternativas ou oportunidades, perseguindo-se um serviço público com ditames mais próximos aos da iniciativa privada, com valorização da meritocracia em detrimento da burocracia, foco na eficiência e na desregulamentação. A noção de estabilidade do cargo público, enquanto categoria nativa, encontra-se no cerne desta pesquisa, considerando-se condição vital dos espíritos dos servidores, apta a moldar a forma como experienciam seu presente e refletem sobre seu passado e futuro, mormente quanto a elementos qualificadores do neoliberalismo, como as privatizações, as terceirizações e os cortes de gastos na administração pública, ensejando tensões laborais.


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 2266944 - ALEX GIULIANO VAILATI
Presidente - 1346529 - ANTONIO CARLOS MOTA DE LIMA
Externo à Instituição - JOSE SERGIO LEITE LOPES - UFRJ
Externa ao Programa - 329599 - JOSEFA SALETE BARBOSA CAVALCANTI
Externa à Instituição - MARIA IRAE DE SOUZA CORREA - UFRPE
Notícia cadastrada em: 07/12/2021 20:38
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