FORAMINÍFEROS BENTÔNICOS DOS RECIFES DO ENTREMARÉS DA COSTA DE PERNAMBUCO
Bentos, Bioindicador, sedimentos, macroalgas, recife de coral
Os foraminíferos nas regiões costeiras são encontrados nos sedimentos ou associados a
outros organismos, como nas macroalgas. Através da aplicação desses como
bioindicadores é possível compreender como a microfauna reage as condições
ambientais ofertadas no substrato das regiões marinhas rasas. Assim, objetivou-se
caracterizar as assembleias de foraminíferos bentônicos em diferentes substratos dos
recifes de arenito da zona entremarés no estado de Pernambuco (Brasil). As coletas
aconteceram nas praias do Pina, Enseada dos Corais e Toquinho no mês de
Outubro/2020. Por praia foram coletadas nove amostras de sedimento e quatro amostras
de cinco espécies de macroalgas. Os foraminíferos foram analisados através dos
protocolos padrões de lavagem dos substratos e coleta. Do sedimento, foram coletados
29.412 (98% mortos) foraminíferos de 76 espécies, representados pela assembleia -
Amphistegina lessonii, Archaias angulatus, Massilina pernambucensis,
Quinqueloculina lamarckiana, Textularia agglutinans e Triloculina laevigata. As
variações dessa assembleia entre praias foram atribuídas aos diferentes níveis de
hidrodinâmica que influenciam fortemente a dinâmica do ambiente deposicional. Das
macroalgas, foram coletados 133.814 foraminíferos epifíticos de 39 espécies,
representadas pela assembleia - Rosalina bradyi, Pararotalia cananeiaensis,
Quinqueloculina sp.''A", Glabratella mirabilis, R. floridana, R. globularis, G.
brasilensis e R. anglica. Os foraminíferos vivos ocorrem nas macroalgas por essas
atenuarem as condições ambientais e oferecerem microhabitats que permitem o
estabelecimento e desenvolvimento de espécies epifíticas vivas. As características das
assembleias dos foraminíferos da região costeira expressam informações relacionadas a
adaptações ao substrato e das condições ambientais circundantes, possibilitando a
aplicação dos foraminíferos como bioindicadores dos efeitos da dinâmica sedimentar,
da interação como outros organismos e das variações ambientais.