Discrepâncias no diagnóstico de hipertensão em adolescentes de acordo com os critérios disponíveis de pressão arterial elevada no consultório e em casa
monitorização residencial da pressão arterial; determinação da pressão arterial; hipertensão arterial sistêmica; adolescente
A hipertensão arterial (HA) é uma doença crônica e está associada a maior risco cardiovascular. O aumento de sobrepeso e obesidade na faixa etária pediátrica tem sido relacionado ao aumento da HA nesse grupo de pacientes. Este estudo teve como objetivo comparar a prevalência de fenótipos alterados de pressão arterial (PA) entre 241 adolescentes encaminhados para avaliação de hipertensão (15,4±1,4 anos, 62% homens, 40% obesos) de acordo com os critérios mais utilizados ou disponíveis para hipertensão [critérios Academia Americana de Pediatria (AAP) ou Sociedade Européia de Cardiologia (SEC) para hipertensão arterial (HA) em consultório; Critérios das escolas de Arsakeion ou Goiânia para monitorização residencial da PA (MRPA)]. Prevalências de HÁ em consultório foram maiores quando definidas pela AAP em comparação com os critérios da SEC (43,5% vs. 24,5%; p<0,001), enquanto prevalências de hipertensão arterial pela MRPA foram semelhantes entre os critérios de Arsakeion e Goiânia (33,5% e 37,5%; p=0,34). Cinquenta e cinco por cento da amostra preencheram pelo menos um critério para PA elevada, mas apenas 31% desta subamostra cumpriu todos os quatro critérios. Independentemente dos critérios de MRPA, os limiares da AAP foram associados a menor prevalência de normotensão e hipertensão mascarada e maior prevalência de avental branco e hipertensão sustentada do que os limiares da ESH. Esses achados apoiam a necessidade de padronizar a definição de hipertensão entre adolescentes.