PPGEDU PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO - CE DIRETORIA DO CENTRO DE EDUCACAO - CE Téléphone/Extension: Indisponible

Banca de DEFESA: JEFFERSON EVANIO DA SILVA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JEFFERSON EVANIO DA SILVA
DATA : 25/04/2024
HORA: 09:00
LOCAL: SALA D14
TÍTULO:

(DES/RE)INVENÇÃO DO POVO NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA: ENTRE O PODER PASTORAL E AS FANTASIAS REPUBLICANAS


PALAVRAS-CHAVES:

História, educação; literatura didática, processos de subjetivação/identificação, significante povo.


PÁGINAS: 326
RESUMO:

Esta tese pretende ser uma contribuição à história do significante povo a partir do campo discursivo da educação. Objetiva, analisar lógicas, processos e discursos no interior dos quais foram engendradas e disputadas concepções de povo entre o chamado Segundo Reinado e a Primeira República. Do ponto de vista teórico, as múltiplas camadas de sentido assumidas pelo significante povo emergem da própria disputa política, não existindo, portanto, um sujeito extralinguístico ou pré-discursivo que antecede as lutas pela significação da realidade. No campo da educação, o artefato imaginado como base de inscrição dessa textualidade é a literatura didática e aqueles textos em que ela se apoia, nega e/ou tensiona entre o final do século XIX e início do século XX. Fundada na interdiscursividade, a textualidade que se desenrola nas páginas destes compêndios fez-se acompanhar pela relação entre diversos gêneros discursivos (o religioso, científico, político, histórico-sociológico, jornalístico, literário, dentre outros), articulando, em alguns casos, os elementos que passarão a compor certos discursos dominantes acerca do povo no Brasil. Tal discurso será marcado pela fantasia de um “povo ideal” – imaginado sob o prisma da moral, dos costumes e de sua condição étnico-racial, de classe e gênero - e aquelas tentativas que buscam negar, ao mesmo tempo, a possibilidade histórica de emergência do povo como acontecimento da heterogeneidade social. O “povo de Deus” e/ou o grande rebanho é uma formulação discursiva dos Oitocentos - fantasia marcada pela ideia de um povo ordeiro, pacífico, obediente, trabalhador, resignado com seu próprio destino, identificado e assujeitado aos cuidados de um pastor. E o “povo/nação”, invenção tipicamente “moderna”. Uma construção que será caracterizada, no contexto republicano, pela ação das lógicas da militarização, estetização e naturalização do povo. Ou seja, pela tentativa em se associar, de maneira efêmera e contextual, o chamado “povo brasileiro” à certa capacidade de ação e intervenção no mundo; pela subsunção deste mesmo povo aos limites traçados pela lei e pela ordem inaugurados com a República, mediante a construção imagética de uma pactuação orgânica entre o povo e a tropa; e, finalmente, um deslocamento linguístico/político da capacidade de criação do povo para as esferas da cultura e da produção. Em ambos os casos, o estudo identifica que o processo de desre/invenção de um “povo ideal”, fez-se acompanhar não somente pela ênfase num certo essencialismo que marca as teses relativas às identidades religiosa e nacional, mas pela construção da figura do seu avesso: o não-povo, a “espuma” social, aquela parte que não cabe no exercício fantasmático de integração simbólica acionado pelas formações discursivas do pastorado cristão e do nacionalismo brasileiro. 


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - ALICE RIBEIRO CASIMIRO LOPES
Interno - 2243044 - ANDRE GUSTAVO FERREIRA DA SILVA
Interno - 1132320 - FLAVIO HENRIQUE ALBERT BRAYNER
Presidente - 1310850 - GUSTAVO GILSON SOUSA DE OLIVEIRA
Externo à Instituição - JOANILDO ALBUQUERQUE BURITY
Externo à Instituição - ROBSON DA COSTA DE SOUZA - IFSertãoPE
Notícia cadastrada em: 11/04/2024 14:32
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