EM BUSCA DA MOBILIZAÇÃO POPULAR: COMO MORADORES PODEM TRANSFORMAR A REALIDADE AMBIENTAL DAS CIDADES.
Palavras-chave: meio ambiente; cidade, movimento popular; vulnerabilidade.
Os movimentos populares de bairro emergiram num contexto de lutas por acesso a moradia e
melhorias na qualidade do ambiente vivido. Enquanto união de moradores de áreas urbanas
pobres, as mobilizações utilizam-se da força da organização para buscarem soluções para
problemas de acesso ao consumo de bens coletivos, da luta pela terra urbana, melhoria das
condições de vida e defesa do direito dos moradores. As suas atuações são internas e próprias
a um território local, que ao se adaptar aos interesses da globalização também produz
como resposta confrontações expressas por uma racionalidade própria. Diante disto, esta
pesquisa objetiva analisar a atuação da mobilização popular diante das condições ambientais
urbanas no distrito de Guadalajara, em Paudalho - PE. Do ponto de vista metodológico, a
abordagem da pesquisa é fundamentada no materialismo histórico-dialético, visando à reflexão
sobre uma possível mudança histórica que possibilite as cidades tornarem-se mais inclusivas
para seus habitantes, e sustentáveis com relação ao ambiente. Quanto aos procedimentos
metodológicos adotados, foram efetuados levantamentos da literatura sobre movimentos sociais
e pesquisa documental em veículos locais de informação (jornais, revistas) com intuito de
identificar episódios, causas, processos e/ou consequências de tais mobilizações.
Posteriormente, identificou-se as condições ambientais do local através de fontes primárias (in
loco) e secundárias (bancos de dados públicos) e, logo em seguida, aplicou-se questionários aos
moradores da área de estudo visando relacionar alguns dos momentos em que as mobilizações
dos moradores, diante das suas condições ambientais, conseguiram criar condições para
buscarem a transformação de seus espaços, servindo de “contrarracionalidade” em relação aos
interesses externos à localidade. Desta forma, espera-se oferecer subsídio para atitudes que
proporcionem a melhoria da qualidade ambiental urbana e, por conseguinte, das condições de
vida dos moradores, fundamentadas a partir de um processo de participação da própria
população local. Assim será possível que os habitantes identifiquem possibilidades concretas
de transformação da realidade que vivenciam e, com isso, também a de seus ambientes.