CARACTERIZAÇÃO DAS AGUAS DO RIO CAPIBARIBE (RECIFE-
PERNAMBUCO) E SUA RELAÇÃO COM A SAÚDE PÚBLICA E AMBIENTAL
vigilância ambiental, patógenos, metais, resistência bacteriana.
O Rio Capibaribe é considerado um dos principais rios do Estado de Pernambuco, nordeste do Brasil. Este, apresenta uma extensão de 7.454,88 km2 percorrendo todo o estado e desaguando no oceano atlântico. O presente estudo teve como objetivo avaliar a qualidade da água do “Capibaribe” por meio de parâmetros físico-químicos, microbiológicos e parasitológicos. Foram realizadas coletas de águas superficiais em quatro pontos distintos, denominados (P1-P4). Em seguida, foram realizadas análises físico-químicas para os parâmetros de turbidez, condutividade, sólidos totais dissolvido, temperatura, Potencial Hidrogeniônico (pH), nitrito, nitrato e os metais alumínio, cálcio, ferro, potássio, magnésio, manganês, molibdênio, sódio, fosforo, enxofre e vanádio. Analises parasitológicas e microbiológicas também foram realizadas. Os resultados indicaram que a qualidade da água deste ecossistema encontra-se inapropriada para uso, uma vez que os parâmetros físico-químicos estão acima do recomendado pela resolução número 357/2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Em relação às analises parasitológicas foram identificadas parasitas (Ascaris sp.) nos pontos P2 e P3 e (Taenia sp.) no P4. Dos pontos investigados, o P4 se destacou com uma elevada contaminação fecal (7,7 x 106 NMP/100 mL de Escherichia coli, quando a legislação permite até 1.000 coliformes termotolerantes por 100 mililitros). Quando analisada a microbiota foi possível identificar um diversidade taxonômica representada por 44 espécies bacterianas, incluindo gêneros gram-positivos (um) e gram-negativos (nove) com espécies de origens clínicas e ambientais. O P4 foi o ponto que novamente se destacou, apresentando maior diversidade microbiana. Em relação ao perfil de resistência os dados são alarmantes. 43% das bactérias foram Multidrogras-resistentes (MDR), 5% foram Extensivamente-Droga Resistentes (XDR) e 52% Não Droga Resistentes (N_MDR). Os dados aqui apresentados relevam que a carga de poluentes fornece condições adequadas para o crescimento, sobrevivência e permanência destes microrganismos neste ecossistema. Estes dados são preocupantes e demonstram o risco potencial de um rio urbano na disseminação de patógenos, representando riscos não apenas para os organismos aquáticos, mas também para a saúde pública.