EFEITOS AGUDOS E A LONGO PRAZO DA COVID-19: PRINCIPAIS IMPACTOS NEUROLÓGICOS
A COVID-19 é uma doença viral, causada pelo SARS-CoV-2, com comportamento epidemiológico cíclico, causando complicações sistêmicas, principalmente na área neurológica, com variável sintomatologia, de acordo com as variantes virais e proteção imunológica advinda da imunização. Nos últimos anos, esforços têm sido feitos no sentido de esclarecer os mecanismos moleculares envolvidos nesta doença. Diversos estudos têm demonstrado a importância e variedade dos achados de neuroimagem, a maioria dos quais aponta alterações relacionadas a eventos hemorrágicos, inflamatórios e pró-trombóticos, trazendo aumento do risco de morte. O início da pandemia gerou mudanças comportamentais e na realidade da saúde de adultos, crianças e adolescentes, em diversos países, principalmente no aspecto biológico, isolamento social e psicossocial. Objetivo: Avaliar na literatura a frequência, características e fisiopatologia descrita sobre as principais alterações, agudas e crônicas, do sistema nervoso nos pacientes com COVID-19. Metodologia: O presente estudo tratou-se da realização de uma revisão integrativa da literatura. O estudo foi realizado a partir de buscas nas bases de dados da LILACS e PubMed, através da Biblioteca Virtual da Saúde. Foram utilizados os descritores, disponíveis no DeCs, subdivididos em três buscas: I.“Neuroradiologia” e “COVID-19”; II.“COVID-19”, “Pediatria” e “Complicações”; III. “COVID-19”, “covid longa” e “complicações”. Resultados e Discussão: Os presentes dados indicam que a infecção pelo SARS-CoV-2 trouxe uma diversidade de alterações neurológicas em adultos e idosos, com efeitos em longo prazo na cognição. Contudo, especial interesse e investigação precisam ser dados aos casos neonatais e pediátricos, devido aos riscos inerentes à doença, ao desenvolvimento de síndromes inflamatórias sistêmicas e aos óbitos relatados. A maior parte dos estudos relatou sobre as consequências biológicas agudas da infecção pelo novo coronavírus, necessitando de maior ênfase aos sintomas de longo prazo que podem implicar em maior demanda da saúde pública. Os estudos mais recentes direcionam uma mudança na investigação das consequências da pandemia, no âmbito psicológico e social. Conclusão: A COVID-19 trouxe características diferentes de adoecimento entre pacientes adultos e pediátricos, gerando condições inflamatórias multissistêmicas na sua maioria neste último, principalmente no grupo com comorbidades, por isso foi incentivada a vacinação, para controle da transmissão e prevenção das seqüelas. Além disso, o estresse, o medo da doença e o isolamento social, repercutiram no desenvolvimento, comprometeram o tratamento de doenças prévias, e assim contribuíram para o surgimento dos transtornos no âmbito psicossocial. Os sintomas pós-agudos também merecem especial atenção, visando minimizar sequelas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes acometidos.