CARACTERIZAÇÃO DO MAGMATISMO GRANÍTICO AO LONGO DA ZONA DE PATOS, LIMITE ENTRE AS SUBPROVÍNCIAS TRANSVERSAL E NORTE DA PROVÍNCIA BORBOREMA
Batólito Teixeira; Complexo Esperança; Província Borborema; Granito Pós-Colisional; Subprovíncia Transversal
A Zona de Cisalhamento Patos (ZCP), direção E-W e cinemática destral, constitui o limite entre as subprovíncias Norte e Transversal, ao longo da qual intrudem o Batólito Texeira e o Complexo Esperança. O Batólito Teixeira compreende intrusão (~800 Km2) alongada de direção ENE, composição variando de sienogranito, monzogranito a quartzo sienito, equigranulares a levemente porfiríticos, contendo enclaves máficos. Assembleia mineral, caracterização química de rocha total e minerais são compatíveis com granitos tipo I oxidados, com assinatura de elementos traços semelhante a observada em granitos de alto Ba-Sr. Dados isotópicos integrados (U-Pb, Sm-Nd, Lu-Hf) sugerem que o Batólito Teixeira foi gerado em contexto pós-colisional da Orogênese Brasiliana na Província Borborema, na transição entre os regimes tectônicos contracional e transcorrente, a partir do processo de fusão parcial da crosta inferior após um longo período de tectônica contracional. Fusão parcial da crosta inferior ocorreu possivelmente em resposta a delaminação local do manto litosférico. O Complexo Esperança, intrudido na porção leste da ZCP (Zona de cisalhamento Remigio Pocinhos) constitui intrusão múltipla, 650 Km2, constituída de cinco plutons graníticos de composição monzogranítica a sienogranítica, localmente tonalítica, com granulação e textura variáveis, contendo expressivo volume de enclaves máficos. Os dados geocronológicos e químico-isotópicos são compatíveis com intrusão em varios estágios, envolvendo magmatismo granítco tipo-I oxidado originados a ~590Ma (Pluton Areial) em contexto pré-transcorrente, e posteriormente um magmatismo tipicamente pós-colisional com assinatura tipo-A com idades: 1) ~575 Ma (Plutons Serrote da Cobra, Pocinhos e Puxinanã) e 2) < 565Ma (Pluton Remígio). Similaridades químicas-isotópicas entre os granitoides do Pluton Areial e Batólito Teixeira sugerem processos semelhantes na gênese destas rochas. Os granitoides com idade ~575Ma são interpretados como resultantes da interação entre fundidos crustais e mantélicos que ascenderam através de condutos profundos da ZCP. O Pluton Remígio representa um magmatismo mais tardio, provavelmente originado durante reativação da ZCP.