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Banca de QUALIFICAÇÃO: CLARISSA DE AGUIAR DALAN

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: CLARISSA DE AGUIAR DALAN
DATA : 10/11/2023
LOCAL: ambiente virtual (remotamente)
TÍTULO:

PETROGRAFIA E GEOQUÍMICA DE APLITOS DE GRANITOS PEGMATÍTICOS DA PROVÍNCIA PEGMATÍTICA DO SERIDÓ: implicações petrogenéticas e possíveis relações com mineralizações


PALAVRAS-CHAVES:

aplitos; petrografia; geoquímica; geocronologia; Província Pegmatítica do Seridó


PÁGINAS: 91
RESUMO:

As rochas pegmatíticas cambrianas ((528 ± 12) a (509,5 ± 2,9)Ma) da Província Pegmatítica do Seridó (PPS) representam os últimos estágios magmáticos do Ciclo Brasiliano - Pan Africano no Domínio Rio Grande do Norte. Os pegmatitos ocorrem intrusivos em rochas metassedimentares neoproterozoicas do Grupo Seridó e em ortognaisses paleoproterozoicos do embasamento, Complexo Caicó. Os aplitos estudados ocorrem em bandamentos alternados com granitos pegmatíticos de duas fácies mutuamente exclusivas em um único corpo: (i) pegmatitos a muscovita, ou fácies cinza, com muscovita + granada ± biotita (Marcação, Parelhas, Capoeira, Pedra Redonda, Serra Verde, Potengi, Dique Não Zonado (DNZ) – Mufumbo) e (ii) pegmatitos a magnetita, ou fácies vermelha, com biotita + magnetita (Bordeaux, Areias, Picuí, Pedra Lavrada, Sabugi, Lajinha, Serra do Chafariz e DNZ-Acari). O objetivo desta pesquisa é caracterizar petrográfica e geoquimicamente as fácies aplíticas de 15 granitos pegmatíticos representativos da PPS, além da datação de 4 aplitos com a técnica U-Pb SHRIMP em zircão. Os aplitos ocorrem bem distribuídos nos corpos estudados, texturalmente associados à fácies pegmatíticas e possuem textura fina, facilitando sua amostragem. Devido a estas condições, optou-se pelo estudo dos aplitos prevendo uma melhor compreensão dos granitos pegmatíticos estudados. Os aplitos são hololeucocráticos a leucocráticos, equigranulares, isotrópicos, por vezes bandados. A composição mineralógica é formada por feldspato potássico, principalmente microclínio, com rara pertita, plagioclásio do tipo oligoclásio e quartzo. As fases minerais acessórias são turmalina ± apatita ± zircão ± monazita ± xenotima ± minerais opacos, nas fácies pegmatitos a muscovita, e ± minerais opacos ± zircão ± allanita ± monazita ± xenotima ± apatita na fácies pegmatitos a magnetita. Texturas micrográfica e mirmequítica são frequentemente observadas nas lâminas delgadas. No Diagrama QAP, os aplitos se classificam desde tonalito, granodiorito, monzogranito a sienogranitos. No diagrama R1-Rsão classificados como álcali-granitos, granitos e granodioritos. Os aplitos dos pegmatitos a muscovita apresentam caráter peraluminoso (ASI = 1,02 a 1,22) e possuem concentrações relativamente elevadas de Al2O3 e P2O5 (até 15,83 e 0,82% em peso, respectivamente), sendo mais fracionados (média K/Rb = 21,73, n=19) e enriquecidos em Rb, Cs, Nb, Ta e Li em relação aos aplitos dos pegmatitos a magnetita. Estes últimos, por sua vez, apresentam caráter metaluminoso a peraluminoso (ASI = 0,97 a 1,08) com concentrações mais elevadas de CaO e Na2O (até 2,57 e 5,83% em peso, respectivamente), sendo menos diferenciados (média K/Rb = 31,38, n=19) e relativamente mais enriquecidos em Sr, Ba, U, Pb, Y e ETR. Os padrões de distribuição dos ETR dos aplitos dos granitos pegmatíticos da fácies pegmatito a magnetita dos corpos Picuí, Serra do Chafariz, Pedra Redonda, Bordeaux e Pedra Lavrada e o Parelhas, da fácies pegmatito a muscovita, são do tipo “asa de andorinha”. Os demais corpos apresentam por vezes ausência de anomalia de Eu ou efeito tétrade. A maioria dos aplitos apresenta enriquecimento de ETR pesados em relação aos leves (média LaN/YbN = 0,69). As amostras das duas fácies estudadas apresentam média do SETR(peg a mus) = 7,51 e SETR(peg a mag)= 20,1, anomalia negativa de Eu (média Eu/Eu* = 0,71), com exceção para alguns aplitos das fácies a magnetita, cuja anomalia de Eu é positiva (Eu/Eu* = 1,08 a 5,20). As características mineralógicas e geoquímicas dos aplitos apontam para diferentes fontes de magma sendo uma fortemente peraluminosa para os aplitos de pegmatitos a muscovita e outra metaluminosa a levemente peraluminosa para os aplitos de pegmatitos a magnetita. Análises de imagens de catodo luminescência dos zircões dos aplitos apresentam texturas de zoneamento ígneo e de interação com fluidos com processos de dissolução-reprecipitação. As datações U-Pb dos zircões pelo método SHRIMP forneceram idades para os aplitos dos corpos Bordeaux, (522 ± 6)Ma, Marcação, (557 ± 6)Ma e Lajinha (532 ± 4)Ma. O aplito Capoeira obteve idade discordia de (577 ± 6)Ma. Idades mais antigas em todos os aplitos próximas a 575Ma sugerem zircões herdados dos granitos que ocorrem na Faixa Seridó. As idades mais jovens estão correlacionadas com dados geocronológicos da Faixa Seridó, como no caso das do aplito Marcação relacionado com as mineralizações de W-Mo nos skarns da Mina Brejuí de (554 ± 2)Ma (Re-Os em molibdenita). O aplito Bordeaux também correlaciona-se com o granito Cerro Corá, ambos com idades de 527Ma. Portanto, é razoável sugerir, a partir das características mineralógicas, geoquímicas e geocronológicas dos aplitos dos granitos pegmatíticos estudados, que estes corpos apresentam fontes diferentes e podem estar relacionados a fluidos mineralizantes/remobilizadores de metais dos skarns.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - CIRO ALEXANDRE ÁVILA - UFRJ
Interno - 1132546 - GORKI MARIANO
Presidente - 1320828 - JOAO ADAUTO DE SOUZA NETO
Interno - 2983231 - LAURO CEZAR MONTEFALCO DE LIRA SANTOS
Externo ao Programa - 1295445 - SEBASTIAO RODRIGO CORTEZ DE SOUZA - null
Notícia cadastrada em: 09/11/2023 16:40
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