EVOLUÇÃO ESTRATIGRÁFICA DA FORMAÇÃO ALIANÇA NA BACIA DE JATOBÁ EM IBIMIRIM E PETROLÂNDIA (PE): implicações paleoclimáticas e paleogeográficas
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Assim como em outras bacias rifte brasileiras e africanas associadas aos eventos distensivos que deram origem aos Oceano Atlântico Sul, depósitos fluviais, eólicos e lacustres marcam a Sequência de Início de Rifte e estão diretamente associados à tectônica incipiente desses eventos. As rochas areníticas e pelíticas que pertencem a esses depósitos reúnem atributos litológicos e arquiteturais bastante característicos que muito comunicam acerca do paleoambiente. Com base em afloramentos da borda sul e nordeste da Bacia de Jatobá foi efetuada uma análise estratigráfica e petrografia de registros da Formação Aliança, cuja sedimentação se deu no Jurássico Superior?, durante os estágios iniciais de ruptura do continente Gondwana. Os resultados obtidos foram correlacionados a estudos pré-existentes na literatura. Dados de campo mostram que a sedimentação da Formação Aliança na porção sudeste aconteceu de forma parcialmente distinta do restante da bacia. Arenitos fluviais associados a siltitos e argilitos subordinados e arenitos com retrabalhamento eólico apontam que o Membro Boipeba aflora na Bacia. Até então esta unidade estava restrita apenas à Bacia do Recôncavo e à Bacia do Tucano. Análise estratigráfica das seções em conjunto com os dados petrográficos e paleontológicos, revela na sucessão se preservaram indícios de ciclos de evaporação e de inundação do Lago Capianga e que este se instalou completamente por sobre os depósitos fluviais e de campos de dunas na porção sul da bacia. Esses dados corroboram com a progradação de um sistema lacustre sobre um sistema flúvio-eólico cuja espessura diminui de sul para norte.