Influência da Nanotecnologia e dos Agregados Leves em Argamassas Cimentícias: Uma Análise Experimental das Propriedades Físicas, Mecânicas e Acústica
Argamassas leves. Nanotecnologia. Absorção sonora. Resistência mecânica. Nanossílica.
O uso de agregados leves em compósitos cimentícios tem sido objeto de estudos experimentais, que visam conhecer o seu desempenho, bem como otimizar as propriedades físicas, mecânicas e acústicas. Muitos trabalhos afirmam que estes agregados leves têm uma influência na absorção sonora, devido a sua leveza, mas em detrimento da resistência mecânica. Para tal, a nanossílica, composta por nanopartículas de SiO2, pode ser uma estratégia para melhorar tais propriedades, viabilizando a incorporação destes agregados em teores maiores e até o aproveitamento de resíduos. Diante deste contexto, o presente trabalho teve por objetivo geral analisar a influência simultânea da nanossílica e dos agregados leves em argamassas cimentícias. Para tanto, foi necessário realizar um estudo preliminar com 6 argamassas convencionais; seguido de um estudo experimental com 18 argamassas leves que utilizaram como agregados a argila expandida (AE), o pó de serra (PS) e o poliestireno expandido (EPS); por fim, uma seleção das 5 melhores composições para a realização do ensaio de absorção sonora. Como resultados alcançados, verificou-se que o uso da nanossílica pode contribuir para um maior empacotamento dos grãos nas argamassas e promover a formação de silicato de cálcio hidratado (C-S-H) adicional, verificados através dos resultados de densidade de massa fresca, do teor de ar incorporado, da densidade de massa endurecida e das curvas termodiferenciais (ATD) e termogravimétricas (TG). A nanossílica também contribuiu para a redução na absorção por capilaridade e, por consequência, no coeficiente. Além disso, o uso de 3% de nS aumentou a resistência à tração na flexão e à compressão em pelo menos 88% e 158%, respectivamente. Isto comprometeu a absorção sonora destes compósitos, obtida através do ensaio com tubo de impedância, cujo coeficiente de absorção sonora ponderado não ultrapassou 0,04. Assim, conclui-se que os agregados leves, apesar de leves, não contribuíram para a absorção sonora, pois os poros foram preenchidos com as nanopartículas de SiO2, deixando os compósitos densos. Ao mesmo tempo, a nanossílica contribuiu para ganhos na resistência mecânica, viabilizando o uso destes agregados leves em teores mais elevados, permitindo até o reuso de resíduos e contribuindo para a sustentabilidade.