Comportamento Hidromecânico, de Tração, de Fissuração por Secagem e Aplicação da Mecânica da Fratura em um Solo Expansivo Reforçado com Fibras Curtas de PET
Argila expansiva. Fibras. PET. Fissuras. Tração direta. Mecânica da fratura
Os solos consistem na matéria-prima de suporte indispensável à Construção Civil, contudo podem apresentar características problemáticas quando sujeitos a variação de umidade, como as argilas expansivas que expandem ou contraem. Por outro lado, a crescente industrialização resulta no aumento da produção de resíduos, principalmente os plásticos como o Polietileno Tereftalato (PET), que recebem muitas vezes um descarte inadequado. A utilização de materiais PET pelos programas de reciclagem são limitados, sendo uma opção incorporá-los na Construção Civil por meio do reforço de solos. O presente trabalho investiga o comportamento hidromecânico, de tração e de fissuração de um solo expansivo compactado e misturado com fibras provenientes da fabricação do PET, nas porcentagens de 0,25%, 0,5%, 0,75%, 1% e 2% em massa seca e comprimentos de 12 mm. Além disso, busca-se aplicar os conceitos da mecânica da fratura e entender o efeito do reforço das fibras de PET no solo expansivo. Os maiores teores de fibras de PET incorporados ao solo reduzem o peso específico seco máximo e a umidade ótima, provocam acréscimos na expansão “livre” e diminuem a tensão de expansão. As tensões de escoamento e enrijecimento do solo nos ensaios de squeeze-flow e as resistências à compressão simples e à compressão diametral sofrem aumentos pela incorporação das fibras de PET, entretanto estas pouco interferem na condutividade hidráulica do solo. O processo de formação e propagação das fissuras por secagem no solo expansivo foi analisado, sendo obtida a redução do desenvolvimento de fissuras à medida que o teor de fibras cresce. Foram projetados, adaptados e construídos em laboratório equipamentos para avaliar a tração direta e a tenacidade à fratura. Nos ensaios de tração direta, as fibras de PET prolongam o tempo para a ruptura, desenvolvem tensões de tração residuais após a falha e aumentam a resistência à tração direta do solo. O método empregado nos ensaios de tenacidade à fratura permite estimar parâmetros da mecânica da fratura no solo e a carga de fratura aumenta com a redução do comprimento inicial das fissuras pré-existentes de 30 mm para 15 mm. As fibras de PET provocam aumentos de capacidade de carga à fratura do solo expansivo, confirmando a boa interação solo-fibra e os benefícios do reforço.