MERCADOS, INSTITUIÇÕES E AGRICULTURA FAMILIAR: o caso dos agricultores da CECAF e da Feira de Orgânicos no CEASA-PE
Agricultura familiar; Mercados atacadistas; CEASA-PE; Políticas de regulação, COVID-19
Esta tese analisa as dinâmicas sociais que caracterizam a CECAF e a Feira de Orgânicos, ambas situadas no CEASA-PE, a partir dos aparatos regulatórios que definem a rotina de comercialização e o conjunto das estratégias utilizadas pelos agricultores. Os impactos da pandemia do COVID-19 sobre seus mecanismos de funcionamento e suas implicações sobre as estratégias desenvolvidas pelos agricultores também integram os propósitos desta tese. Os resultados apontam para os pormenores das lógicas internas dos negócios, das dinâmicas coletivas que compõem as instâncias políticas da regulação de mercados voltados à agricultura familiar. Os casos estudados demonstram uma incipiente participação das cooperativas e das associações representantes dos agricultores, contrariando os projetos de criação desses espaços, e que levam a ampliação do poder de barganha da gestão institucional, da iniciativa privada e dos atravessadores na gestão dos negócios. Panorama este que predomina na CECAF, quando comparada à Feira de Orgânicos, onde os agricultores gozam de maior autonomia. O protagonismo da agricultura familiar está presente na criação de uma logística, no aumento do seu portfólio de vendas, na criação de acordos informais e em vendas online, via whatsapp. As evidências da pesquisa sugerem que a estabilidade da agricultura familiar nos mercados atacadistas brasileiros depende, em grande medida, da ampliação da participação em espaços estratégicos de tomada de decisão regulatória deste comércio.