CULTURA DE MACHO X CULTURA DE FÊMEA: Um estudo sobre a branquitude e a “sensibilidade feminina”
Branquitude, gênero, raça, arte, sociologia.
A pesquisa se debruça sobre a legitimação do ofício da artista a partir da paradoxal relação entre “sensibilidade feminina” e “sensibilidade artística”. Entende-se que ambas assumem caráter de gênero e de dominação da legitimação não somente do próprio ofício da artista. Como também, na hierarquização das técnicas da Arte, ou seja, do que se faz considerar arte e o que se classifica enquanto artesanato. O conceito de feminilidade, especialmente na sociedade ocidental, tem sido associado à sensibilidade, à facilidade para tarefas manuais e artesanais; Mas, em que consiste um tipo particular de sensibilidade subjetiva que é designada à mulher quando num sistema de dominação, mas não a legitima enquanto profissional dentro do campo da arte? Por que não coube às mulheres o papel majoritário na história da arte se lhes coube o papel social de uma particular sensibilidade? Sensibilidade esta que é antes de tudo um mecanismo de dominação físico e simbólico, no que se refere à mulher branca – tema da obra, mas, raramente autora - mas também à mulher negra, a quem constantemente é negada a subjetividade. Desta forma, o trabalho procura problematizar a construção, não só do que viria a ser esta “sensibilidade feminina”, mas também, a relação entre o ofício da artista e um campo de disputa simbólicas, observando os processos sociais que circundam a legitimação da mulher em uma sociedade marcada, ainda, por instâncias de distinção e deslegitimação por gênero e raça.