REPRESENTAÇÕES E SIGNIFICADOS DA FELICIDADE: a Terapia Comunitária e os novos processos de subjetivação
Terapia Comunitária Integrativa; sofrimento; felicidade; apoio social; cuidado de si; resiliência.
A presente dissertação visou analisar, do ponto de vista da subjetividade dos participantes das rodas de Terapia Comunitária Integrativa (TCI), como se apresentam os significados de felicidade, tomando como referência para análise a construção social da realidade de mundo dos mesmos. Partimos de uma descrição com vistas ao conteúdo biográfico dos entrevistados à fim de compreender como se estabelece a relação entre a prática terapêutica e as construções subjetivas que os norteiam na busca de itinerários de enfrentamento ao sofrimento psíquico. Para essa finalidade buscamos, para além de uma compreensão da atividade técnica-terapêutica da TCI, uma análise descritiva acerca de dinâmicas psicossociais específicas que se desenvolvem na lida dos participantes das rodas de TCI para com suas demandas de sofrimento, tais como: apoio social, cuidado de si, resiliência, e busca de qualidade de vida. Procuramos, por meio da compreensão sociológica de como tais dinâmicas se colocam frente aos casos analisados, se, e como, as pessoas em tratamento terapêutico reconstroem suas técnicas de viver, considerando os recursos e/ou limitações sociais disponíveis em cada caso. Por fim, utilizamos um quadro analítico que nos deu subsídios para compreender, por meio de uma análise dos processos de subjetivação em curso na vida de nossos entrevistados, os itinerários de enfrentamento presentes na lida cotidiana para com os sofrimentos e inquietudes dos clientes da TCI, por meio da singularidade biográfica de cada caso, a própria formação de significados da felicidade e como eles são apropriados como recursos para essa finalidade.