A construção de alianças na história do feminismo brasileiro: Reflexões sobre caminhos para lidar com desigualdades e diferenças
Feminismo, registro biográfico, desigualdade e diferença, alianças
Nas últimas décadas, o campo político feminista brasileiro vem atravessando grandes
transformações a partir da incorporação das reivindicações de sujeitos minoritários como as
mulheres pobres, negras e, mais recentemente, transexuais e indígenas, que têm transformado a
própria identidade deste campo. Através de registros biográficos, entrevistas narrativas e entrevistas
semi-estruturadas com militantes feministas, pretende-se refletir sobre esse processo de ampliação
do espectro político das ações dos movimentos feministas. O principal objetivo desta investigação é
identificar caminhos possíveis para a formação de espaços de diálogo e aliança entre diferentes
sujeitos políticos em um contexto de desigualdades que se interseccionam. Estas desigualdades, por
um lado, se colocam como desafios para a identificação entre mulheres com experiências diversas e,
por outro, colocam a necessidade de construção de alianças políticas que respondam a opressões
que operam conjuntamente. Buscamos compreender que princípios políticos têm guiado a forma
como os movimentos feministas têm lidado com as desigualdades entre as mulheres, equilibrando a
necessidade de visibilização dos conflitos internos e a construção de pertencimento e confiança
entre mulheres diante destas desigualdades.