CONTRIBUIÇÃO À CRÍTICA DO PENSAMENTO CONSERVADOR NO BRASIL: uma análise da visão de mundo da Sociologia não institucionalizada (1900-1950)
Florentino Menezes; Pensamento social brasileiro; Sociologia do
conhecimento; Sociologia dos intelectuais; Karl Mannheim; Pensamento conservador
Este projeto analisa a relação entre a Sociologia brasileira da primeira metade do século XX e
o pensamento de Florentino Teles de Menezes (1886 - 1959). O problema de partida é que a
trajetória intelectual de Menezes evidencia a continuidade da Sociologia “pré-científica” ou
“pré 1930” até pelo menos a década de 1950, mas diferentemente dos seus antigos moldes.
Ele se recusa a aceitar a determinação do social pelo natural e defende uma teoria
evolucionista segundo a qual crescentemente é o social que determina o mundo natural,
concomitantemente a perda da capacidade da natureza até mesmo preservar as leis que um dia
ela já produziu. Trata-se de uma posição extrema e em absoluta oposição ao pensamento
típico da Sociologia “pré-1930”, motivo pelo qual este trabalho propõe reconsiderá-la.
Metodologicamente, a pesquisa terá dois procedimentos. Primeiramente, o método
documentário de interpretação, conforme Mannheim, para explicitar a trajetória intelectual de
Menezes por meio de duas obras: Tratado de Sociologia (1931) e Grandeza, decadência e
renovação da vida (1952). Elas representam o pensamento pré e pós 1930 do autor. Em
seguida, a pesquisa bibliográfica em fontes secundárias explicitará as idéias e trajetórias
intelectuais de outros autores do período: Manoel Bonfim, Josué de Castro e Oliveira Vianna.
A comparação destas trajetórias com a de Florentino Menezes propõe integrá-las em uma
mesma tendência transindividual conservadora na qual a obra de Menezes é um caso limite
típico-ideal e apresentará ao debate científico uma proposta de compreensão da história da
Sociologia não institucionalizada no Brasil no início do século XX.